A primeira jornada de 2022 foi inteiramente dedicada à sementeira de bolota. Começámos assim o ano com uma bolotada, que só não foi uma expressiva contribuição para a grande bolotada ibérica porque os voluntários eram em número reduzido. Mas, se não foi grande em número de bolotas, foi-o certamente em dedicação e entusiasmo.
As bolotas estiveram durante 24 horas mergulhadas numa solução repelente de roedores (Coyote®), à base de plantas, para dissuadir os principais agentes do insucesso das sementeiras, sobretudo agora que a escassez de alimento é maior. O inconveniente é que essa solução é irritante para a pele e as mucosas, pelo que há que ter cuidados acrescidos.

Os trabalhos decorreram em dois locais algo distantes um do outro. De manhã, semeou-se uma área na mata da Altri Florestal que será alvo de reconversão do eucaliptal. Esta área, com c. de 6500 m2, fica junto a outra, já fora da mata, onde o projecto trabalha desde 2009, na zona do Cambedo. Nesta já se encontra uma bela mancha de carvalhal, embora as mimosas ainda se possam observar. Na área nova, para além dos rebentos de eucalipto, que ainda lá se encontram, havia uma densa mancha de háquea-picante, cujas plantas tinham sido cortadas antes do corte do eucaliptal. Felizmente, parece que a grande maioria dessas plantas não rebentou, embora num caminho aberto para a retirada da madeira se encontrem muitas germinadas. Por outro lado, o solo ficou densamente coberto pelas plantas de háquea cortadas, para além das ramadas de eucalipto, o que muito dificultou o trabalho de sementeira.








À tarde a pequena equipa deslocou-se até ao Lousadelo, para semear mais uma área, com cerca de 9000 m2 (já tínhamos semeado outra área aí, numa jornada anterior). Aqui, é claro, a dificuldade maior é o declive, que é muito elevado. Por outro lado, já por aqui ocorrem plantas, com origem tanto na sementeira de 2019/20 (carvalhos), como na plantação, sobretudo de arbustos, realizada nessa mesma época, pelo que se trata agora de uma operação de adensamento. Os trabalhos prolongaram-se por toda a tarde, e, pelo final desta, já havia pernas a queixarem-se. Já se sabe, estes trabalhos em encostas inclinadas, mesmo aparentemente leves, não são para todas as pernas. Mas um bom lanche no final permitiu recuperar, pelo menos as forças para regressar a casa!













Obrigado a todos os voluntários, e ao Christian (C) pelas suas fotos. Voltaremos ainda em Janeiro, para outra memorável jornada. A ver se somos mais dessa vez…