Flora

No Cabeço Santo é possível encontrar diversos tipos de habitats e formações vegetais. Aqui damos a conhecer quais as principais espécies que se encontram em cada um deles, tendo em conta que na natureza nada, ou muito pouco, é perfeitamente delimitado ou definido. Neste caso, considerámos 5 formações principais: o Carvalhal, o Medronhal, a Zona Ripícola, o Matagal de Plantas Lenhosas e o Habitat Rupícola.

Carvalhal

Os verdadeiros bosques de quercíneas são, na verdade, inexistentes na região, fruto da milenar intervenção humana. No entanto, sobreviveram árvores isoladas e pequenas manchas destas formações. Sendo a espécie mais predominante o carvalho-roble, encontram-se também outras 5 espécies de Quercus no Cabeço Santo e áreas circundantes.

Algumas das espécies vegetais que aqui se encontram:

Árvores
Carvalho-Roble (Quercus robur)
Sobreiro (Quercus suber)
Azinheira (Quercus ilex)
Carvalho-Negral (Quercus pyrenaica)

Arbustos
Carvalhiça (Quercus lusitanica)
Sabugueiro (Sambucus nigra)
Loureiro (Laurus nobilis)
Medronheiro (Arbutus unedo)
Azevinho (Ilex aquifolium)
Pilriteiro (Crataegus monogyna)
Amieiro-Negro (Frangula alnus)
Silva (Rubus ulmifolius)
Gilbardeira (Ruscus aculeatus)

Trepadeiras
Madressilva (Lonicera periclymenum)
Hera (Hedera helix)

Medronhal

As formações de medronhal preservaram-se no Cabeço Santo em locais inaptos para cultivo de eucaliptos. Para além disso, também as comunidades locais, que tinham interesse na colheita dos medronhos, participaram na conservação destes habitats. Estas formações constituem as manchas de vegetação espontânea mais significativas na União de Freguesias de Belazaima-do-chão, Castanheiro-do-Vouga e Agadão, encontrando-se uma diversidade de espécies que mais nenhum outro local da região abriga.

Para além de várias plantas de matagal (ver em baixo), estas são as principais espécies que se encontram no Medronhal:

Arbustos
Medronheiro (Arbutus unedo)
Lentisco (Phillyrea angustifolia)
Murta (Myrtus communis)
Aderno (Phillyrea latifolia)

Trepadeiras
Salsaparrilha-bastarda (Smilax aspera)

Zona Ripícola

A zona ripícola ou zona ribeirinha é, precisamente, a que ocorre nas margens das linhas de água. É neste habitat que se estabeleceram as áreas de conservação prioritárias do projeto, pelo importante papel que desempenham na proteção dos recursos hídricos e pela abundância e diversidade de seres vivos que albergam.

Nas margens do Ribeiro de Belazaima podemos encontrar:

Árvores
Salgueiro (Salix atrocinerea)
Amieiro (Alnus glutinosa)
Ulmeiro (Ulmus minor)
Freixo (Fraxinus angustifólia)
Castanheiro (Castanea sativa)
Carvalho-Roble (Quercus robur)

Arbustos
Hipericão-do-Gerês (Hypericum androseamum)
Gilbardeira (Ruscus aculeatus)
Sabugueiro (Sambucus nigra)
Loureiro (Laurus nobilis)
Azevinho (Ilex aquifolium)
Amieiro-Negro (Frangula alnus)

Trepadeiras
Uva-de-Cão (Tamus communis)

Herbáceas
Feto-Real (Osmunda regalis)

Matagal de Plantas Lenhosas

O matagal de plantas lenhosas, também conhecido como “mato”, é uma formação vegetal que, antes da intervenção humana na paisagem, teria uma distribuição mais fragmentada e dispersa que atualmente, tendo sido dominante apenas em zonas com solos demasiado delgados para suportar arbustos ou árvores. No entanto, a destruição dos bosques originais levou à dispersão destas espécies lenhosas, sendo muitas delas plantas pioneiras, que colonizam solos pobres e habitats perturbados.

Maioritariamente encontram-se:

Arbustos
Queiroga (Erica umbellata)
Carapaça (Erica ciliaris)
Torga (Calluna vulgais)
Queiró (Erica cinerea)
Urze-das-Vassouras (Erica scoparia)
Urze-Branca (Erica arborea)
Urze-Vermelha (Erica australis)
Tojo-Bravo (Ulex europaeus)
Tojo-Molar (Ulex minor)
Carqueja (Genista tridentata)
Tojo (Genista triacanthos)
Giesta-Negral (Cytisus striatus)
Sanganho (Cistus psilosepalus)
Sanganho-Mouro (Cistus salvifolius)
Sargaço-Branco (Cistus ocymoides)
Rosmaninho (Lavandula stoechas pedunculata)
Tomilho (Thymus caespititius)
Erva-das-sete-sangrias (Lithodora prostrata prostrata)

Habitat Rupícola

O habitat rupícola caracteriza-se essencialmente pela escassez de solo e predominância de afloramentos rochosos. A flora destes locais, a vegetação rupícola, demonstra a incrível capacidade de adaptação às condições mais difíceis de sobrevivência. Dada a sua inadequação a usos do solo, é um habitat com muito pouca intervenção antrópica, sendo então um dos mais bem representados no Cabeço Santo.

Algumas destas plantas presentes são:

Suculentas
Arroz-dos-Telhados (Sedum álbum)
Arroz-dos-Muros (Sedum brevifolium)
Umbigo-de-Vénus (Umbilicus rupestris)

Herbáceas
Fentelho (Polypodium vulgare)
Campainhas-Amarelas (Narcissus bulbocodium)
Gladíolo-silvestre (Gladiolus illyricus)
Cravina-Brava (Dianthus lusitanus) – Cravo
Erva-Língua (Serapias língua) – Orquídea
Alho-Bravo (Allium sphaerocephalon)
Cebola-Albarrã (Urginea marítima)
Donzelas (Ornithogalum concinnum)
Cila-de-uma-folha (Scilla monophyllos)
Botão-Azul (Jasione montana)
Hipericão (Hypericum perforatum)
Samacalo (Anarrhinum bellidifolium)
Camomila (Matricaria camomila)
Dente-de-Leão (Taraxacum officinale)
Cornichão (Lotus corniculatus)

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