Numa região onde toda a propriedade é privada e onde o usufruto do solo se baseia numa actividade assumida como bastante rentável (mesmo se na prática, frequentemente assim não acontece), como é o cultivo do eucalipto, o acesso à terra é difícil e financeiramente custoso. A área de intervenção inicial do PCS, uns 65 ha até 2009, foi afortunadamente conseguida sem custos (exceptuando o terreno adquirido pela Quercus), porque se tratava de uma área com uma fração significativa de solos marginais inserida numa grande propriedade de uma grande empresa à qual interessava também mostrar a sua sensibilidade pelas dimensões não produtivas do solo. O próprio terreno adquirido pela Quercus, largamente de solo marginal, teve um custo muito inferior à referência dos solos locais sob cultivo de eucalipto. Qualquer tentativa de ir para além destas áreas iniciais, ainda por cima com a intenção de ocupar zonas específicas onde só determinadas parcelas eram alvo, era garantidamente um exercício difícil de diplomacia local, exigência financeira e paciência. Que entre 2009 e 2019 se tenha conseguido chegar tão longe nesse processo, aumentando para o dobro a área inicial, é surpreendente e alheio a qualquer expectativa normal que pudesse ter existido em 2009.
Actualmente o projecto intervém (potencialmente) em cerca de 125 ha, áreas exclusivamente devotadas a fins de conservação na mata da Altri Florestal, na Quinta das Tílias e nos terrenos da Quercus. Há no entanto outras áreas com relação de proximidade, tanto geográfica como de propósitos, com estas, e que só nelas não se incluem por se tratar de áreas com algum propósito produtivo no âmbito das actividades da Quinta das Tílias: assim acontece com c. de 12 ha em fase de instalação de sistemas agro-florestais baseados em espécies autóctones, no Vale de Barrocas, nas Bicas de Aguadalte e no Ribeirinho, e com os c. de 6 ha de medronhal para fruto que a Quinta instala desde 2019. Por outro lado, existem c. de 10 ha na mata da Altri Florestal com vocação para conservação, 8 dos quais têm essencialmente vegetação autóctone, o que nos dá um total de 152 ha de áreas de conservação e áreas afins com espécies autóctones em solos de natureza florestal. A Quinta das Tílias tem ainda 8 ha com eucaliptal cujo processo de reconversão acontecerá num prazo de 10 anos.
Desde 2020 definem-se de forma mais clara as diferentes formas de como a disponibilização de áreas de terreno se podem materializar, umas complementando as outras:
Protocolos de gestão comum
Os protocolos de gestão comum estabelecem-se entre um proprietário e a associação e têm como objectivo a gestão comum de uma parcela, fracção de parcela ou de parcelas tendo como horizonte os fins da associação. Neste tipo de compromisso não há uma cedência de titularidade e ambas as partes podem intervir activamente no terreno. A relação baseia-se num compomisso de longo prazo, pelo qual o titular de propriedade se compromete a cooperar com a associação para os fins lhe são próprios, podendo ambos realizar intervenções, mutuamente acordadas.
Cedência
Pelo contrato de cedência um titular cede integralmente a gestão de uma propriedade à associação, podendo esta geri-la como se fosse sua, durante o tempo definido pela Declaração de Cedência, que deve ser de, pelo menos, 25 anos.