Depois de um Inverno quase sem jornadas eis que a dinâmica voluntária regressou ao Cabeço Santo com uma jornada “a sério”.
A equipa de 6 voluntários dirigiu-se de manhã para a zona entre o Chão do Linho (margem norte do ribeiro) e o Vale de Barrocas (margem sul) para realizar trabalhos de arrumação de ramadas (de desbastes e selecção de rebentos aí realizados no Inverno), corte de mimosas e controlo de silvado. E ainda outros trabalhos como a retirada dos tubos de protecção das árvores que tinham sido colocados aquando da plantação. Mas, ainda antes de lá chegar, teve uma surpresa desagradável e infeliz: constatou que a florida bordadura do caminho florestal logo a seguir ao Feridouro tinha sido pulverizada com herbicida, e ficou no estado que a foto documenta:
Não podemos deixar de lamentar estas intervenções, aliás não apenas aqui mas em muitos outros locais onde são um inútil desperdício de recursos de uma sociedade que parece incapaz de conviver com as plantas que fazem parte da sua paisagem.
Mas, passemos adiante. A zona do Chão do Linho foi uma das primeiras a jusante da mata da Altri Florestal a ter intervenção, por volta de 2014. Estava na altura impenetravelmente invadida com mimosas, em ambas as margens. As poucas árvores e arbustos autóctones que aqui existiam foram gravemente danificados quando as mimosas foram retiradas, mas foram recuperados e hoje estão mais crescidas do que as entretanto plantadas. Mas estas, embora crescendo mais lentamente, também cá estão, e incluem algumas espécies que não são habituais nesta paisagem, como o freixo e o carvalho-cerquinho. A margem sul foi afectada pelo incêndio de 2017 e a memória desse evento ainda está presente em muitos detalhes da paisagem.

Aqui os principais trabalhos de manutenção que é necessário realizar são o corte da vegetação espontânea oportunista, essencialmente o silvado, o cuidado das árvores (selecção de rebentos, desramação) e o corte das mimosas que ainda vão aparecendo. Na margem sul, fruto do incêndio de 2017, apareceram novas manchas, que agora devem ser abordadas.
Os trabalhos decorreram com dinâmica durante a manhã, só pausando para uma foto ou para uma laranja do Feridouro!
Depois de um almoço à sombra dos carvalhos recentemente vestidos, a equipa fez uma pequena caminhada até ao antigo caminho de ligação entre Belazaima e Belazaima-a-Velha para observar uma plantação recente aqui realizada pela Quinta das Tílias numa área de 3 ha. E não só! Na Primavera há sempre tanto para apreciar!
Depois da caminhada já não se fez muito trabalho aqui. Rumou-se à zona da Benfeita/Vale da Estrela, junto a Belazaima, para fazer um difícil trabalho de arrumação de árvores (eucaliptos, austrálias) e ramadas que aqui foram deixados espalhados porque não era possível recolhê-los para lenha. O corte destas árvores fez parte de um trabalho de remoção dos eucaliptos que ainda ocupavam as declivosas encostas do Vale da Estrela, tendo sido colhidas as árvores que era possível aproveitar para lenha.
A dificuldade deste local decorre dos elevados declives das encostas, onde às vezes é difícil uma pessoa manter-se em pé, quanto mais arrumar lenha! Também aqui foram plantadas (no final do Inverno) algumas árvores, que têm agora um longo caminho até ensombrar estas encostas onde o silvado e outras trepadeiras crescem vertiginosamente. Finalmente, a equipa ainda recolheu dois sacos de lixo (há pessoas que pensam que uma encosta inclinada faz desaparecer o lixo!)
E foi junto a um carvalho que fica mesmo em cima do Vale da Estrela, no ponto onde ele é atravessado pelo caminho florestal, que a foto de encerramento da jornada foi tirada. Tinha sido uma jornada produtiva e animada! Na próxima jornada, no dia 1 de Maio, parece que vamos ter visitas… Mais não dizemos, mas, sim, seria interessante ter uma generosa participação voluntária. Vamos a isso? Até lá!