O Verão ausentou-se antes do tempo, por certo “cansado” das críticas que lhe têm feito (que foi quente, seco…). E vai daí, “manda” o anticiclone dos Açores para sul e “convida” uma boa depressão para tomar o seu lugar a oeste da península ibérica. Como se isso não bastasse, esgota as suas últimas forças num furacão bem mediterrânico, e agita o berço da civilização! Conclusão: o Verão acabou (de facto) no dia 17 de Setembro, e não ficou para as cerimónias oficiais de despedida, a 22! Deste modo, já não se podia realizar a última jornada do Verão, prevista para 19 de Setembro: primeiro, porque o Verão já não estava, segundo porque choveu, como consequência da tal depressão, que não arreda pé e empurra para terra as suas ondulações frontais…
Bem aqui entre nós, a terra estava sedenta, e as plantas ansiavam por água, embora é verdade que não por 7 dias de chuva… Ainda no dia 12 de Setembro a máxima tinha sido de 38ºC (em Belazaima), uma semana depois era de 19! Mas agora, que o Verão acabou, já se pode fazer um balanço: quem sobreviveu à estação mais dura do nosso clima, quantas plantas cuidadosamente plantadas e cuidadas, laboriosamente semeadas? É o que também vamos saber nas jornadas de Outono que se avizinham.





Este Outono, em princípio, não teremos bolotas nem bolotadas! A produção não foi nula, é certo, mas num ano de escassa produção o trabalho de apanhar as bolotas é maior, a predação também e o sucesso final é menor (do que num ano de produção elevada, como foi o anterior). Deste modo, o foco da primeira parte do Outono será a avaliação do sucesso da sementeira do ano passado e o trabalho nas invasoras. No final do Outono começaremos a plantar algumas árvores.
A propósito de invasoras, participaremos na semana nacional sobre espécies invasoras, que decorrerá entre 10 e 18 de Outubro, com uma grande jornada, a 17, especialmente dedicada ao tema. No dia 28 de Novembro celebra-se o Dia da Floresta Autóctone (ocorrido a 23). Tradicionalmente, fazem-se neste dia as primeiras plantações de árvores da época.
Assim, temos o seguinte calendário de Outono:
Outubro: 3, 17 e 31.
Novembro: 14 e 28.
Dezembro: 12
Às vezes, alguém pergunta: e a pandemia, como afecta as vossas actividades? A resposta é simples: as coisas que são importantes na vida das pessoas e da sociedade devem continuar a ser feitas, ainda que pudesse ser mais “seguro” ficar em casa. Não discutimos nem contribuímos (enquanto grupo dedicado a actividades de recuperação ecológica) para as diversas polémicas que se vão desenrolando. Tomamos as medidas de precaução aconselhadas e viáveis: mantemos as distâncias possíveis, se temos de estar mais próximos, usamos a recomendada máscara. No campo não é obviamente prático andar de máscara, nem se julga necessário porque se está ao ar livre e se guardam distâncias suficientes.
Um dos aspectos que esta pandemia força a reflectir é exactamente entre aquilo que se faz mas é dispensável, logo não compensa o risco acrescido, e aquilo que se faz porque é importante ser feito, e portanto compensa esse possível acréscimo de risco. Mesmo que tudo isto (importância, risco) seja impossível de quantificar, não deixará o “coração”, mais do que a cabeça, quiçá, de encontrar as respostas relevantes. E cada um as encontrará, porventura à sua maneira, e em consequência decidirá o que fazer.
Bem-vindos ao Cabeço Santo no Outono!