A jornada de 1 de Junho foi exigente e desafiante: em pleno episódio meteorológico de temperaturas elevadas, previa-se contudo uma pequena descida para Sábado, uns 32 ºC de máxima que já pareciam toleráveis, com pequenos ajustes. A disponibilidade de um número simpático de voluntários fez o resto: decidiu-se realizar a jornada!
O local escolhido para os trabalhos foi o Vale da Várzea (poente), onde já se tinham removido eucaliptos, semeado e plantado árvores. O que havia a fazer neste dia era continuar a arrancar eucaliptos de origem seminal que entretanto surgiram, remover rebentação de eucalipto das toiças que ainda resistem e cuidar e assinalar as árvores plantadas, mais do que as semeadas, que já se aguentam muito bem sozinhas.
As dificuldades a enfrentar eram o declive elevado, a presença abundante de tojos nos locais mais frescos, as plantas de dente-de-leão, que ao mais pequeno toque lançam no ar uma nuvem de sementes e partículas susceptíveis de causar reacções das glândulas nasais, e claro, o calor, que ia aumentando ao longo da manhã.
De facto, e como se confirmou mais tarde, as previsões falharam, e a temperatura máxima chegou aos valores dos dias anteriores: 34ºC. Alguns voluntários sofreram pequenas recaídas, mas, com a ajuda das laranjas do Feridouro, todos se recompuseram, e os trabalhos continuaram até quase às 13 horas.






Como medida minimizadora das esperadas dificuldades, tinha-se previsto um almoço abrigado dos calores da hora do meio dia, na base de operações da Quinta das Tílias. A seguir ao almoço, e como não se podia regressar ao campo com os tais 34ºC, ofereceu-se aos voluntários a visualização de um belíssimo filme de animação: “O Profeta”, inspirado no famoso livro com o mesmo título, de Khalil Gibran.
Depois deste emocionante e inspirador momento (com cerca de 1h 30m), decidiu-se voltar ao trabalho. Eram 16 horas e os termómetros ainda marcavam 32ºC, mas como a tendência era agora para baixar…
Voltou-se ao mesmo local e, nas duas horas seguintes, conseguiu-se percorrer o que faltava desta área de 1,6 ha, mas de facto as encostas mais difíceis e inclinadas ficaram para o final, o que pareceu consumir mais rapidamente as energias ainda disponíveis para este dia. E a temperatura que se recusava a diminuir!
Pelo lado positivo, constatou-se que toda a parcela está já bem preenchida com árvores e arbustos autóctones, em boa medida com origem em sementeira directa. Já quanto às árvores plantadas este ano, algumas já acusam a seca de várias semanas, e sem dúvida que todas (as plantadas) necessitarão de rega mesmo que o Verão seja “normal”. Também há bastantes árvores de rebentação de toiças antigas: algum carvalho roble, também algum carvalho-negral, não obstante a espécie ser de ocorrência pontual nesta região, e sobretudo sobreiros.


A jornada terminou com um reparador lanche, e a habitual foto de despedida, já com um voluntário em falta. Tinha sido um dia difícil e exigente para os voluntários, mas apesar disso com resultados bem positivos no terreno. Obrigado a todos pelo esforço.

Esta jornada integrou a agenda da Semana do Ambiente de Águeda e foi participada por voluntários de Aveiro (grupo da Nova Acrópole), de Águeda/Alicante e de Águeda/Macedónia! Bem, sem esquecer a equipa de Águeda/Belazaima e Águeda/Feridouro!
A próxima é a última jornada de Primavera. Não percam!
Paulo Domingues