A 5º jornada de Outono e segunda de plantação de árvores decorreu num dia nublado mas sem chuva, sendo participada em boa medida por voluntários estreantes.
O destino foi o Vale de Barrocas, mas um ponto diferente do da última jornada. Também esta zona tinha sido percorrida pelo incêndio de 2017 e também aqui foram semeadas bolotas no Outono anterior. Mas, para além das muitas plantinhas de origem seminal que aqui podemos encontrar, tal como na área do Sábado anterior, aqui aparecem, sobretudo na vizinhança mais próxima dos vales, muitos carvalhos e arbustos em rebentação. Esta presença é consequência de o eucaliptal que aqui existia ser já de plantação muito antiga, com toiças grandes mas de densidade moderada, e de o solo ser profundo e de uma comparativamente elevada fertilidade. Isso permitiu que as plantas autóctones se fossem espalhando pelo eucaliptal, embora o fogo e a remoção dos eucaliptos as tivessem deixado sem parte aérea.
Uma voluntária tratou de dar uma ajuda às plantas de origem seminal enquanto os restantes voluntários se dedicaram à plantação de carvalhos, castanheiros e medronheiros. Quanto às de rebentação, ainda este Outono/Inverno deverão ser alvo de trabalhos de selecção de rebentos.









Pelo final da manhã já se tinha atravessado um vale para outra encosta, mas entretanto era tempo de uma “saltada” ao Feridouro, para um almoço quente, desta vez confeccionado pelo Jorge Morais. Pelo caminho, algumas fotos desta 2ª Primavera que é o Outono no Cabeço Santo. Também bom alvo de atenção das objectivas neste dia foram as muitas decompositoras que se observam a “comer” as velhas toiças de eucalipto, indiferentes, as primeiras, ao facto de as segundas estarem revestidas de um negro carvão, fruto do incêndio de 2017.








À tarde os trabalhos continuaram, mas, como já se esperava e sabia, à medida que se avançava para a “barriga” do perfil convexo desta área entre dois vales, o solo tornava-se mais pedregoso e superficial, o que tornava os trabalhos de plantação mais difíceis. As plantas do matagal, sobretudo tojos e carquejas, mas também urzes, depois de praticamente duas estações de crescimento após o incêndio de Abril de 2017, e dado se encontrarem sem concorrência, cresceram significativamente, fazendo esta área parecer um “matagal”! O tal matagal que assusta tanta gente! Mas que de facto é parte de um processo de sucessão. Aqui, o que se deverá fazer é controlá-lo na vizinhança de cada árvore plantada, por corte com motoroçadora, até que o sombreamento proporcionado pelo conjunto das árvores lhe vá retirando força. Claro, é mão-de-obra intensivo…






Pelas 17 horas começava a escurecer e deu-se a jornada por terminada. A próxima é a última do Outono e também a última de plantação de árvores de 2018.
Obrigado a todos os participantes!
Paulo Domingues