Depois de uma semana movimentada, na qual se trabalhou intensamente numa candidatura ao PDR para apoiar os esforços do projecto, em que a chuva voltou para saciar a terra depois de um longo Verão, e ainda na qual tivemos conhecimento do insucesso do projecto da retro-aranha submetido ao OPP, terminámo-la com uma grande jornada voluntária que é pelo menos algo que só depende da vontade de quem participa (bem, não só, também depende do tempo, mas esse concedeu-nos a “janela de oportunidade” necessária, deixando a passagem da Leslie apenas para a madrugada seguinte!).
Quanto ao projecto da retro-aranha não há muito mais a dizer do que já ficou escrito aqui: https://retroaranha.wordpress.com/2018/10/12/reflexao-sobre-os-resultados-do-opp-2018/, pelo que não nos deteremos muito sobre o assunto.
Este dia foi inteiramente dedicado ao eucalipto! Depois das chuvas de Quinta-feira, com a Sexta seca e uma temperatura mínima elevada, as condições eram ideais para começar logo de manhã o trabalho de corte de rebentos de eucalipto e arranque de plantas de origem seminal na zona de Vale de Barrocas. Já talvez menos de metade das toiças originais tinha rebentação, mas por outro lado o Verão alimentou o crescimento de inúmeros eucaliptos germinados por acção do incêndio de 2017, que era necessário arrancar.




As equipas progrediram em várias direcções, mas a que apresentou talvez maiores desafios foi a da descida da encosta até ao ribeiro, tal era o seu declive. Ao longo das encostas, mas sobretudo na vizinhança imediata dos vales, já se encontram várias espécies nativas implantadas (carvalho, loureiro, medronheiro, azevinho), pelo que a remoção das exóticas é já meio caminho andado. Também as sementeiras do ano passado deram a sua contribuição, ainda que modesta. Quando a manhã se encaminhava para o fim, já uma área significativa, compreendendo os três vales principais desta área, tinham sido percorridos, e os resultados do trabalho realizado eram bem visíveis.



Depois de um almoço de arroz com feijões elaborado pelo Jorge Morais, impunha-se um período de repouso justificado pelas exigências da manhã. Mas a tarde, embora mais curta, também não iria ser fácil: ainda cortar rebentos e arrancar eucaliptos, mas agora no Vale da Várzea, mesmo em frente a Belazaima. O declive muito elevado da encosta continuou a apresentar grande exigência, e, como de manhã, as roupas ainda suavam quase como no Verão, só as laranjas do Feridouro e a motivação dos voluntários conseguindo manter as energias em movimento. Bem, também ajudavam as muitas pequenas plantinhas de carvalho e sobreiro que se iam encontrando, agora com a certeza de terem sobrevivido ao primeiro Verão, e que são promessa de futuro para esta paisagem.





Pelas 17:30 horas os trabalhos deram-se por terminados e as energias repuseram-se com um bom lanche na base da Quinta das Tílias. E, coisa inesperada, ideia puxa ideia, ainda acabou a jornada com uma dança! As pernas, claro, já quase nem podiam com as botas, mas a verdade é que se dançou. Talvez ainda apareça por aí um vídeo a comprová-lo!

Comprovou-se sim, com esta jornada, que um insucesso (como o da retro-aranha), ainda que importante, não é suficiente para diminuir a determinação da massa voluntária, que dá mostras de não baixar os braços perante a adversidade, e de continuara fazer o que está ao seu alcance para melhorar o estado da nossa paisagem.
Voltamos, ainda em Outubro! Obrigado a todos os voluntários e à Liliana (L) pelas suas fotos.
Paulo Domingues