Façamos então uma breve revisão do último mês no Cabeço Santo.
No dia 21 de Maio estava prevista a habitual jornada de visita, mas, dois dias antes, previa-se uma máxima nada convidativa de 36ºC para Sábado (IPMA-Águeda). No dia seguinte, véspera, a previsão já era só de 33ºC, mas o pequeno grupo de inscritos preferia o mais razoável recolhimento e cancelou-se a jornada. Finalmente, a máxima não chegou aos 30ºC, devido a um céu nublado que não deixava a radiação solar chegar à superfície terrestre. E assim avançava um Maio que foi, como em toda a Ibéria, quente e seco, como se houvesse pressa em chegar ao Verão.

No fim de semana seguinte a Associação Cabeço Santo esteve presente na Expo-florestal, por sinal também marcada, nos seus primeiros dois dias, por grandes calores… Foi nesses dias que se ultrapassou, pela primeira vez neste ano, a marca dos 35ºC de temperatura máxima. Mas seria por pouco tempo. No primeiro dia de Junho a chuva regressava, como que a querer compensar tudo o que não tinha chovido em Maio…
Na jornada voluntária agendada para 4 de Junho estava prevista a participação de um numeroso grupo de voluntários do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente da Universidade de Aveiro. Era também a oportunidade de “compensar” todas aquelas jornadas marcadas pela escassez ou ausência de voluntários. Previa-se alguma chuva para esse Sábado, mas as previsões foram desvalorizadas: afinal, ao longo da semana, previsões de chuva já tinha havido muitas, mas que só se materializaram em dois ou três, preciosos, é certo, momentos. Mas desta vez não se passou assim: a equipa de voluntários subiu a pé o Cabeço Santo para se dedicar, na Costa da Malhada, ao cuidado das árvores aí plantadas em 2021 e cortar eucaliptos na área rochosa não mobilizada. Mas, pouco tempo depois de se ter embrenhado no trabalho, começou a chover, uma chuva fria e persistente que, lá em baixo, em Belazaima, somou 6 litros por metro quadrado. Resultado: a maior parte dos voluntários, pouco preparados para o acontecimento, ficou com a roupa molhada. Não era possível continuar! Foi necessário regressar à base da Quinta das Tílias para que se trocassem umas roupas e se secassem outras, se cuidasse do equipamento molhado, e, finalmente, se almoçasse.


À tarde a chuva parou e o sol regressou, pelo que ainda estavam criadas as condições para o regresso ao campo. Agora já não à Costa da Malhada, mas à zona ribeirinha entre o Feridouro e a represa de rega de Belazaima, onde havia muitas mimosas para cortar, embora a orografia do terreno não facilitasse nada os trabalhos.
A equipa acabou por se reunir no paredão da própria represa, onde tirou uma foto de encerramento, num dia em que poucas fotos documentaram esta jornada um pouco atribulada!


E chegamos finalmente ao dia 18 de Junho, em que decorreria a última jornada de uma Primavera em que fazer jornadas se tinha demonstrado uma tarefa difícil!
Para este dia previa-se a participação de um grupo de uma Associação do Luso e a chuva continuava a não ser totalmente improvável, mas deste vez correr o risco valeu a pena: a equipa deslocou-se até à Costa da Malhada para continuar os trabalhos que mal tinham sido começados duas semanas antes e desta vez com uma manhã inteira de um belo e fresco dia de Primavera! Não apenas se terminou o cuidado das árvores plantadas em 2021 como se começou o das plantadas já este ano, e que parecem terem-se aguentado bem, não obstante o mês de Maio quente e seco. Também foram cortados muitos eucaliptos e mimosas, quer na área plantada, quer na área rochosa não plantada.



















O grupo do Luso trabalhou apenas de manhã, tendo usufruído ao início da tarde de uma pequena visita à área de intervenção junto à aldeia do Feridouro e aprendido sobre o trabalho do projecto ao longo dos seus quase 16 anos. Mas três voluntários não pertencentes a esse grupo continuaram durante a tarde a remoção de eucaliptos e mimosas na Costa da Malhada, mesmo sem foto de encerramento, e o dia terminou em beleza com uma boa chuvada (mas já depois de estar tudo recolhido!), num mês de Junho em que já vamos (em Belazaima) com mais de 65 mm de precipitação, um verdadeiro bálsamo para uma paisagem que no final de Maio “temia” já a perspectiva de um longo e seco Verão. O Verão, claro, ainda agora começou (hoje, 21/6 pelas 10:13h), mas agora com muito menos “stress” do que se apresentava no final de Maio.


E assim se passou esta Primavera um pouco atípica, quer em termos meteorológicos quer em termos de dinâmica voluntária. Mas claro, cá estamos para enfrentar todas as adversidades e seguir em frente! Muito em breve será anunciado o calendário de Jornadas de Verão, que continuará a prever uma dinâmica voluntária como antes da pandemia, com jornadas propostas de duas em duas semanas. Até já, no Verão do Cabeço Santo.