2º jornada de Outono

Na jornada de 16 de Outubro a equipa voluntária dividiu-se entre dois locais algo distantes um do outro: de manhã trabalhou no Pedaço/Lavandeira, com vista para Belazaima, uma zona agrícola onde as terras cultivadas tinham no passado “testadas” de razoável dimensão, isto é, porções de encosta não exploradas (com eucaliptos) a fim de proteger as terras agrícolas. No entanto, essas testadas foram-se degradando ao longo das últimas décadas, com passos decisivos nesse sentido aquando da ocorrência de incêndios. O que se passou foi que os eucaliptos vizinhos foram espalhando sementes por essas testadas e quando ocorriam incêndios, essas sementes germinavam e na prática faziam crescer eucaliptos onde eles não tinham sido plantados. Isso teve como consequência que as testadas passaram a ser dominadas por eucaliptos, com maior ou menor densidade conforme os eucaliptos tiveram sucesso em se implantar. A vegetação autóctone, essa, continuou lá, embora “dominada” e condicionada no seu crescimento.

A única foto tirada nas testadas da Lavandeira/Pedaço. Observa-se a rebentação de eucalipto, mas também bastante vegetação autóctone

Foi nestas testadas que a equipa voluntária trabalhou de manhã. Na primeira metade de 2021, os eucaliptos, alguns bem grandes, foram retirados e, embora tenha havido aplicação de herbicida na superfície de corte, ela não foi totalmente eficaz, verificando-se alguma rebentação. O trabalho dos voluntários foi remover esta rebentação, com machados, ou com tesourões. Aproveitou-se também para começar a reparar e recuperar as árvores e arbustos autóctones danificados pela queda dos eucaliptos. E nesse trabalho se passou a manhã.

À tarde a equipa deslocou-se até ao Feridouro para cortar mimosas e controlar silvados na zona ribeirinha (conhecida por Costa) a jusante da aldeia. Esta zona está ainda numa fase muito dinâmica porque ainda tem áreas com pouca densidade de árvores ou árvores ainda pequenas, e, nas mais férteis, o silvado cresce explosivamente. Na margem sul do ribeiro ainda há uma mancha densa de mimosas. Foi aí que se realizou trabalho no ano passado, mas ainda por concluir. Vamos ver quando conseguimos continuar nessa zona. Na margem norte as “coisas” estão já encaminhadas, mas esta é uma área que necessita de atenção muito regular.

Cortando mimosas mais crescidas, com podadora
Cortando mimosas mais pequenas, com tesourão
“Derretendo” um silvado com moto-roçadora. Os silvados podem, em poucos anos, constituir formações volumosas, densas e impenetráveis
Vista geral de uma área mobilizada em socalcos há cerca de 15 anos para a plantação de eucaliptos.
Os pinheiros ocorreram espontaneamente, mas muitos carvalhos e medronheiros foram aqui plantados, em condições de solo não muito fáceis.
Pelo final do dia já se vislumbrava uma extensão de terreno mais livre de mimosas…
… mas na margem sul do ribeiro ainda há uma densa mancha, à nossa espera…
Voluntários satisfeitos com o trabalho realizado.
Esta área conservou pequenos núcleos de árvores autóctones grandes, mais estáveis, mas nas áreas de reconversão de eucaliptal e mimosal requer atenção frequente.
A equipa, no final do dia, já sem um voluntário que teve de se ausentar mais cedo.

Foi um dia produtivo, e pelo fim da tarde, os resultados eram visíveis. Obrigado a todos os voluntários. Até à próxima jornada!

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