Foi mesmo assim: 11 anos depois ainda por cá andamos e com energia para continuar. Como já explicámos, por manifesto incumprimento das promessas da DINA(*) (ou melhor dos meteo’s em nome dela), o Verão ainda não deu tréguas e as condições são difíceis para as árvores e arbustos plantados na última época. Por isso, optámos por ocupar a jornada de aniversário com mais uma operação de rega.
Como a equipa voluntária era grande e não seria muito eficiente andar toda a regar, dividiu-se em dois: um grupo foi regar e o outro foi arrancar mimosas. O grupo da rega começou na Benfeita, como em Julho, o das mimosas deslocou-se até ao Feridouro para intervir na zona da Chousa.
Na Benfeita, as águas cristalinas do Lousadelo corriam ainda abundantes para o tanque (bendita nascente…) e o depósito de 1000 litros encheu-se rapidamente. Depois a rega iniciou-se, junto ao Vale da Estrela. Constatámos que nas zonas mais difíceis já havia algumas baixas; talvez tenhamos que reavaliar as perdas em 20 a 25%. Mas também havia plantas bonitas, outras com sede… Foi-se progredindo para norte com dinamismo, e nem houve oportunidade para fotos.
Nas mimosas nem máquina fotográfica havia, mas os trabalhos parecem ter decorrido também com entusiasmo.
Já passava do meio dia quando a rega na Benfeita se deu por terminada e agora, que o calor começava a apertar, um mergulho no tanque era uma tentação quase irresistível… mas não podia ser: a equipa do Feridouro esperava pela da Benfeita para um almoço em conjunto.
O almoço decorreu na casa do colaborador e voluntário do projecto Jorge Morais, usufruindo de alguns serviços que raramente nos demos ao luxo de ter nos últimos 11 anos! E claro, depois das deliciosas iguarias a que a Ana Teresa já nos habituou, tínhamos de concluir com um bolo de aniversário. Um? Não, dois, que a equipa era grande e só não foi ainda maior porque houve algumas desistências de última hora.


Como o dia era de calor, era da maior justeza a fruição do período de sesta, como aconteceu em Julho. Só que desta vez tínhamos de terminar mais cedo, por várias razões, uma delas também relacionada com o projecto: uma tertúlia sobre a floresta para a qual tínhamos sido convidados, em Valongo do Vouga. Deste modo, regámos e arrancámos mimosas a montante do Feridouro, logo a seguir ao almoço. Aí tivemos a parte mais dura do dia. Mas ninguém desanimou (demasiado!) e pelas 16:30h já a foto de despedida se tomava, de novo nas instalações do Jorge Morais.




Tinha sido um dia produtivo e ao mesmo tempo instrutivo para as muitas caras novas entre os participantes. Uma jornada digna de um aniversário. Obrigado a todos os voluntários.

Para terminar acrescentam-se ainda duas fotos da tertúlia de Valongo do Vouga, bastante participada. Agora só falta passar das palavras à acção (bem , em rigor já há também por ali quem dê exemplos e inspiração). E um primeiro alvo foi fácil de identificar: o Rio Marnel logo a montante de Brunhido, as suas margens e encostas adjacentes, presentemente num estado de notável degradação paisagística, que pouco justificam uma caminhada pelo Trilho das Levadas, aliás presentemente encerrado. Vamos para o terreno?


As fotos de Valongo do Vouga foram gentilmente cedidas pela Ana Paula Lima.
Paulo Domingues
(*) Depressão Isolada em Níveis Altos, o fenómeno meteorológico que se verificou na semana passada na Península Ibérica e que, não obstante as muitas previsões de chuva emitidas, acabou por deixar quase a seco muitas regiões
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