E chegámos à última jornada do ano de 2016! Para celebrar condignamente o acontecimento, 13 valorosos voluntários reuniram-se mais uma vez para uma jornada de plantação de árvores. E o momento foi também especial por outro motivo: iríamos iniciar a plantação numa área nova, na qual já se realizou trabalho ao longo de 2016, mas não de plantação, apenas de corte de rebentação de eucalipto: o vale de Barrocas.
Este é um vale precioso, com duas captações de água em cotas distintas, que alimentam casas no Feridouro, para consumo humano e para rega. As encostas são bastante inclinadas, com uma orientação tendencial para norte/nordeste, e com solos de qualidade superior à média para estas montanhas. Mercê de várias circunstâncias felizes, será possível reunir aqui perto de 10 ha de terreno, embora nem todo já disponível. De momento, temos aqui para plantar cerca de 3 hectares, e temos também a rebentação de eucalipto, dado termos optado por não usar aqui herbicida. Por coincidência, andou neste mesmo dia aqui uma máquina giratória a partir cepas de eucalipto com uma enxó, uma alternativa mecanizada ao corte manual da rebentação, e com a vantagem de não resultar em rebentamentos posteriores. O problema é que essa máquina, ainda que de lagartas, não pode ir às áreas mais inclinadas. Assim se constata que a plantação com eucaliptos em terrenos de elevada inclinação cria um problema de difícil solução, pela sua irreversibilidade sem custos elevados.

Deste modo, a equipa dividiu-se em duas partes: os “plantadores” e os “cortadores” de rebentação. O dia estava frio e com vento, pelo que mesmo o esforço dos trabalhos teve dificuldade em promover a remoção dos agasalhos. O sol, pelo seu lado, brilhou todo o dia, mas como estávamos numa encosta voltada a norte e como ele agora está muito baixo (estamos quase no solstício) quase não demos por ele.







Os “plantadores”, agrupados em três equipas, tiveram que carregar as plantas e os fertilizantes encosta acima, pelo que a jornada foi particularmente exigente. A abertura das covas, já o sabíamos, não era propriamente fácil, pois tinha que se fazer com picareta, num terreno com matagal e tocos de eucalipto. Nestas circunstâncias, não podemos esperar plantar muitas árvores por dia, o melhor que podemos tentar é fazê-lo bem.
A maior parte das árvores eram carvalhos, embora houvesse também alguns medronheiros.
Pelo meio dia já havia voluntários bastante cansados, mas um almoço especial com grão-de-bico, broa de milho e cuscuz, para além de outras especialidades, foi suficientemente revitalizador, pelo que a equipa voltou sem demora ao trabalho, que a tarde era curta.





Embora agora fosse necessário transportar os materiais ainda mais para cima na encosta, os trabalhos prosseguiram com animação e pelas 16 horas todas as 180 árvores trazidas de casa estavam plantadas. O sol escondia-se rapidamente atrás do Cabeço do Meio, mas ainda houve energias para todos se dedicarem ao corte de rebentação de eucalipto nos minutos finais da tarde. E imaginem: conseguiram encontrar uma máquina fotográfica compacta perdida no meio de todo o material lenhoso depositado no chão!




Tinha sido uma excelente jornada, a fechar 2016. E uma jornada verdadeiramente europeia: para além da já habitual presença francesa, desta vez tivemos também uma alemã! E várias estreias de novos voluntários! Assim se encerra um ano de grande participação voluntária no Cabeço Santo, bem à medida das imensas necessidades que se apresentam. Mas a época de plantação ainda nem vai a meio! Continuamos já no dia 7 de Janeiro, pois há muito para fazer!
Um grande obrigado a todos os voluntários deste dia e deste ano. Felizes festas e até muito breve, com o anúncio das jornadas voluntárias de Inverno no Cabeço Santo! Entretanto, podem ver mais fotos da jornada na página do projecto no Facebook.
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Abençoados voluntários. Felizes Festas