A jornada de 3 de Dezembro, a segunda de plantação de árvores, ficou marcada por alguma incerteza, pois que se previa chuva a partir de algum momento da tarde. O problema era saber exactamente qual o momento: demasiado cedo, e não valia a pena fazer a jornada, suficientemente tarde e seria excelente porque as árvores teriam logo a sua primeira rega. A primeira baixa desta incerteza foi a participação de um grupo de escuteiros de Travassô: teve de ser cancelada porque a eventual chegada da chuva com um grupo grande de crianças e jovens no campo seria difícil de gerir. Contudo, as últimas previsões, que apontavam para a chegada da chuva apenas para as 16 horas foi o argumento decisivo para manter a jornada para os restantes voluntários.
E assim foi que os 8 voluntários se lançaram ao trabalho logo a montante do Vale de São Francisco (o nº 2), numa área muito inclinada e já no passado mobilizada para a plantação de eucaliptos. Na bagagem, carvalhos, medronheiros e sobreiros, para uma zona onde já existem muitas árvores e arbustos autóctones, com dominância do carvalho-roble entre as árvores e do loureiro entre os arbustos. Foi assim um trabalho de adensamento.


Já a manhã ia avançada, contudo, plantou-se uma encosta muito pedregosa, que quase parecia não ter lugares apropriados para a plantação de árvores. Mas a verdade é que, em boa sintonia com o terreno, se conseguiram encontrar afinal muitos lugares de plantação com solo suficiente. Esta foi uma zona semeada no início do Inverno passado com bolas e bolachas de sementes, mas não podemos avaliar positivamente esta acção, dada a escassa ou mesmo nula emergência de plantas que se possam relacionar com essa sementeira. Por isso, sem pormos de parte esta solução, ela deverá permanecer num âmbito mais experimental até que se possam obter dela resultados mais confiáveis.







A manhã tinha corrido muito bem, não obstante o vento forte que a varreu sem descanso. Por isso, e dada a proximidade do Feridouro, se optou por almoçar aí, na cozinha do Jorge Morais, como de outras vezes já fizéramos. No Verão buscando abrigo do sol, agora do vento!
À tarde, e tendo-se concluído a área de plantação anterior, avançámos mais para montante, atravessando toda a área plantada no ano passado e chegando aos portões da mata da Altri Florestal, onde se trabalhou na área envolvente de um pequeno vale que, descendo do interior da mata, vem “desaguar” nas terras do Chão do Linho, já fora da mata, onde já se tinham realizado trabalhos em anos anteriores. Aqui o trabalho incluía o corte da rebentação de eucalipto, trabalho complicado pelos inúmeros eucaliptos de origem seminal que aqui germinaram após o fogo de 2005. O próprio terreno não era fácil de trabalhar, com grandes pedras soltas, apesar de aparecerem também boas bolsas de solo. Mas a equipa entregou-se ao trabalho com grande determinação, que só a chuva, que começou a cair exactamente pelas 15:15h conseguiu desafiar. Ora não era um simples aguaceiro, o céu demonstrava que era mesmo para ficar, pelo que não havia outra coisa a fazer senão juntar tudo à pressa e rumar a casa. Nem houve tempo para tirar mais fotos… Bem, a foto “de família” tirou-se, mas já na base de operações, e… à chuva.

Tinha sido um dia mais curto do que se previa, mas mesmo assim tinha valido a pena, não obstante algumas roupas molhadas no final. Obrigado aos voluntários presentes.
Voltamos ao terreno para a última jornada de 2016, dentro de duas semanas. Até lá!
Paulo Domingues
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