Com algum atraso motivado pela intensa semana de preparação da Conferência comemorativa dos 10 anos do projecto, aqui fica, mesmo assim, uma pequena reportagem da primeira jornada de Outono, realizada no dia 8 de Outubro.
A manhã foi passada numa pequena várzea na zona da Chousa, onde já tínhamos estado numa jornada anterior, e o que havia a fazer também não era diferente: arrancar as muitas mimosas que germinaram depois da mobilização de solo que aqui se efectuou. Mas desta vez descobriu-se algo novo: que nos locais onde já tinham sido arrancadas mimosas, novas plantas se encontravam a germinar, talvez por acção da pequena perturbação de solo que o arranque originou, e ajudadas pelas primeiras chuvas depois do Verão. Preocupante era a densidade destas novas mimosas, agora com apenas alguns milímetros de altura, em geral demasiado pequenas para serem arrancadas e que uma operação de sacha fazia mais facilmente. Mas não tínhamos ferramentas de sacha… e por acção desta sacha não se poria outra geração de sementes a germinar?! Felizmente trata-se de uma parcela pequena. Mas imaginem se fosse grande!



A equipa continou a arrancar mimosas grandes (10-30 cm de altura), e, já pelo final da manhã, foi fazer uma inspecção à parcela do outro lado do ribeiro. Esta também tinha muitas mimosas grandes mas não foi sujeita a mobilização de solo. Observou-se que também havia muitas mimosas novas a surgir, mas não tantas como no terreno mobilizado.
Depois de um almoço com o conforto a que nos temos habituado nos últimos tempos, a tarde passou-se também junto ao Ribeiro, mas já na mata da Altri Florestal, na área de confluência dos vales nºs 3, 4 e 5. Antes disso, contudo, passou-se pelo apiário do Cabeço Santo, onde se observou a presença da nova ameaça às colmeias e às abelhas, a vespa asiática, aliás mais uma espécie invasora.

Quanto à área ribeirinha, esta foi a primeira a ser intervencionada, ainda em 2008, quando estava muito invadida por mimosas e eucaliptos de origem seminal. Toda essa vegetação foi cortada, a respectiva rebentação pulverizada com herbicida algumas semanas mais tarde e depois plantada, embora, como se tratava de uma área de produção antiga e sendo o terreno rochoso e escarpado em alguns locais, também se encontrava alguma vegetação nativa arbustiva e mesmo arbórea, em particular carvalhos, medronheiros e dois ou três adernos que não chegaram a arder em 2005. Com o tempo e como a área não foi muito acompanhada, as mimosas foram aparecendo de novo, quase parecendo ao longe que se tinha transformado de novo num mimosal. Visto de perto, contudo, só aqui e ali, as mimosas recompuseram manchas densas. Na maior parte da área convivem com a vegetação nativa, original ou introduzida.

Numa abordagem de prioridade à operação de descasque (que é mais eficaz do que o corte com pincelamento com herbicida), embora mais demorada, a equipa passou a tarde toda a descascar mimosas, só tendo reservado alguns minutos no final para uma pequena visita exploratória. O trabalho não foi difícil, mas claro, as mimosas eram muitas pelo que, mesmo com uma equipa de cinco concentrados voluntários, o avanço foi modesto, entre os vales nºs 3 e 4. Só ficaram por descascar as mais pequenas, que serão abordadas numa ronda futura, quando já tiverem um diâmetro apropriado. Assim se espera prosseguir lenta, mas seguramente, para uma paisagem com menos mimosas.


Obrigado aos voluntários, um deles estreante, e (agora que a Conferência de aniversário já passou!) até à próxima jornada de 5 de Novembro!
Paulo Domingues
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