Segunda Jornada de Verão

A jornada de 23 de Julho foi a segunda do Verão e, para os padrões da Estação, foi uma jornada participada: 5 voluntários. Na agenda estava uma acção motivada pelas duras condições que este Verão tem imposto, com temperaturas bem acima da média e ausência de chuva: regar as árvores plantadas no último Inverno, a fim de as ajudar a superar esta prova.

Uma rega de Verão das árvores plantadas era algo que nunca tínhamos feito e por isso a estrutura ainda não estava experimentada: tínhamos um depósito de 1000 litros na carrinha e uma bomba a gasolina para o encher a partir das águas da represa. A rega iria fazer-se com a ajuda de uma mangueira e de regadores de mão.

Saímos pelas 8:30h porque o dia se previa quente, e ainda era necessário encher o depósito, o que aconteceu sem surpresas. E a rega começou na extremidade da área de intervenção nas margens da própria represa no ribeiro de Belazaima. Tudo parecia estar a correr bem, mas, logo no primeiro avanço da carrinha tudo mudou: as ondas da água dentro do depósito, a falta de aderência deste à caixa da carrinha e uma pequena inclinação do caminho fizeram com que o depósito resvalasse para fora e, ainda cheio de água se atirasse como uma pedra gigante pela encosta abaixo até se deter, em poucos segundos, nas águas da represa. Pareceu de repente que os projectos de um dia se tinham afundado naquele momento com o depósito. Mas, no momento seguinte, reflectiu-se: o depósito tinha-se perdido, é certo, mas ninguém se magoou, nenhuma peça de equipamento se perdeu, nem mesmo a mangueira que continuava ligada ao depósito, lá em baixo nas águas. Um telefonema para a pessoa certa permitiu identificar um depósito que podia ser pedido emprestado. Rapidamente se foi buscar, e claro, cordas para o prender à caixa da carrinha. Apesar de alguns contratempos, pouco mais de uma hora depois já o segundo depósito se enchia numa poça do ribeiro, na Chousa.

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Enchimento do primeiro depósito
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Apesar das duras condições deste Verão, muitas árvores apresentavam boa vitalidade
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Depósito nas águas da represa, numa zona de acesso difícil. Prendeu-se com uma corda à margem para não “fugir”
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Perspectiva da encosta na zona de queda do depósito

Entretanto, com os meios que tinham, os voluntários tinham conseguido avançar três centenas de metros, indo buscar a água directamente à represa e ao ribeiro. Apesar de um segundo contratempo, que obrigou a despejar metade do depósito, pois pareceu demasiado perigoso subir um caminho inclinado com ele cheio, a manhã veio a concluir-se já junto às terras do Feridouro, com um almoço retemperante: a dinâmica do dia estava recuperada, embora as horas mais frescas da manhã não se tivessem podido aproveitar com a máxima eficiência.

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Esta encosta foi regada sem depósito de apoio
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Pouco tempo depois, já se operava com um segundo depósito. Mas a água tinha que ser retirada por efeito de sifão.

À tarde, e depois de uma pequena sesta, os trabalhos recomeçaram ainda a jusante do Feridouro, e até pareceu que uma corrente fresca não confirmava as previsões de 34 ou 35 ºC para essa tarde. Para os trabalhos a montante do Feridouro, tivemos uma ajuda importante: a possibilidade de encher o depósito num tanque de rega (um obrigado aos proprietários!), o que era muito mais rápido e nem necessitava de bomba!

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Depois das tensões da manhã, à tarde, a boa disposição imperava
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Vista geral dos trabalhos

Começámos então desde os portões da mata da Altri Florestal para jusante, cobrindo toda a faixa ribeirinha plantada este ano. Quando terminámos, depois de vários arranhões, algumas contusões, meia dúzia de picadas de vespa (divididas por apenas dois voluntários!…), entre três e quatro mil litros de água transferida e muito suor derramado, já passava das 20 horas e quase todas as árvores plantadas este ano tinham sido regadas. Tinham sido quase 12 de horas de muita determinação, algumas emoções fortes, e a sensação de missão cumprida! Um belo final de ano de trabalho voluntário antes de Agosto, o único mês do ano em que os trabalhos voluntários “encerram”, para férias. Mas ainda falta referir um elemento importante: pareceu que, até agora, as perdas de árvores não foram importantes, talvez apenas uns 10%, ou mesmo menos. E com esta rega estamos convictos de que ajudámos muitas a sobreviver à Estação mais dura do ano. Mas o balanço final só se fará com as primeiras chuvas.

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Bonita perspectiva do ribeiro captada pelo Abel
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Observação: por aí algum especialista em excrementos?
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A finalização dos trabalhos
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A equipa pelo final do dia

Na página no Facebook serão publicadas ainda mais fotos, de Paulo Domingues e Abel Barreto.

E não esquecer: a primeira jornada depois de férias (3 de Setembro) será uma jornada especial: a jornada do 10º aniversário do projecto. E já que falamos em aniversário, cabe também informar que a Conferência a realizar em Águeda em Outubro, e inicialmente prevista para 8 de Outubro, passou para 15.

Desde o Verão do ano passado realizaram-se 17 jornadas (15 regulares, 2 extraordinárias), que envolveram 43 pessoas diferentes num total de 126 participações (excluindo visitas). Valeu a pena, não acham?! Boas férias!

Paulo Domingues

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