No dia 23 de Maio realizou-se a prevista jornada de visita ao Cabeço Santo. Logo pelas 9 da manhã já os visitantes se preparavam junto à Capela de S. Francisco no Feridouro. Como tem vindo a ser tradição, a visita inicia-se com a subida do cabeço junto ao vale nº 2, o de S. Francisco. Partindo de uma altitude de 160 metros na capela, o primeiro kilómetro e meio de subida (aproximadamente) leva-nos aos 380, um exercício apropriado para a frescura da manhã… e das pernas.

Num primeiro ponto de paragem observou-se uma área adjacente ao vale nº 2 que será alvo de trabalhos de reconversão, depois do corte recente de eucaliptos. Constatou-se como as mimosas ainda ocupam o vale, e reconheceram-se também as previsíveis dificuldades de intervir num terreno como este. Mas estamos já habituados a dificuldades…

A subida continuou e a próxima paragem foi à chegada ao terreno aqui adquirido pela Quercus em 2006. O panorama é agora bem diferente daquele encontrado na altura, quando os primeiros voluntários se dedicaram aqui a arrancar eucaliptos que tinham germinado em massa… Agora, os medronheiros e os carvalhos plantados nos primeiros anos do projecto já estão bem encaminhados, enquanto os pinheiros espontâneos dominam em altura. Ainda a merecer atenção estão restos de eucaliptos e ainda muitas plantas de acácia-de-espigas.

Entretanto, atravessou-se uma mancha de eucaliptal, mas com a expectativa reconfortante de esta vir a ser transformada num futuro próximo em algo mais interessante…
O troço final da subida fez-se já de novo junto ao terreno da Quercus, onde plantas interessantes como o tomilho e o hipericão fizeram a sua aparição. Mas foi necessário chegar ao antigo caminho da mata da Altri florestal para respirar de alívio: a subida íngreme tinha chegado ao fim, e, como recompensa, vislumbrava-se uma extensa paisagem desde a Serra da Boa Viagem à Ria de Aveiro e ao mar adjacente. Mais perto, admirou-se o cortejo de plantas associadas ao medronhal e, para quem ainda não sabia, aprendeu-se a distinguir as “boas” das “más”.


Cruzou-se o vale nº 2, e depois o 3, onde as acácias-de-espigas, agora carregadas de sementes, desafiaram seriamente os visitantes a aparecerem muitas vezes como voluntários. Alguns não resistiram a dar o gosto à mão…

Um bonito carvalho isolado deu o mote para o vale nº 4, onde os primeiros carvalhos plantados pelo projecto chegam cá acima, e logo a seguir o nº 5, onde os visitantes tiveram oportunidade de aprender sobre os trabalhos de acompanhamento que é necessário prosseguir para garantir o sucesso das plantas que aqui foram recentemente introduzidas. O vale nº 6 atravessou-se já na descida, mas foi então que um grupo de visitantes ficou para trás, e se perdeu, ou quase… A chegada ao vale nº 7 permitiu constatar como um troço do vale não abrangido pelo projecto se encontrava densamente invadido de mimosas, e como aí nada mais de interesse se podia observar, o caminho fez-se rápido para a ponte do PR8 sobre o Ribeiro, onde os visitantes tiveram um momento de pausa e descontracção, enquanto esperavam a chegada dos elementos “extraviados”.


Foi bom, mas quando a caminhada se retomou, as horas iam já avançadas e na verdade não se desfrutou de um percurso suficientemente relaxado pelo trilho ribeirinho, onde, ao longo de 800 metros se atravessam áreas de carvalhal activamente recuperadas pelo projecto, de facto, as áreas onde as equipas voluntárias têm tido o grosso da sua intervenção.


O quilómetro seguinte foi já em eucaliptal, com as margens do ribeiro muito invadidas de mimosas, uma área para um futuro próximo, à espera de intervenção. Foi só com a chegada à próxima ponte do PR8 sobre o ribeiro que o panorama mudou, com um campo de dedaleiras a esconderem as muitas árvores já aqui plantadas.

Depois os voluntários tiveram oportunidade de apreciar uma área de eucaliptal recentemente cortada, ao longo de 700 metros de curso do ribeiro, onde o projecto começará de imediato a intervir. Mais trabalho!
E foi exactamente sobre o Vale de S. Francisco que se tirou uma foto ao grupo de visitantes. Depois, foi só subir de novo à capela, e o percurso de mais de 7 km estava concluído. Como já passava bem das 13 horas, omitiu-se a passagem por uma extensão do ribeiro, a jusante do Vale de S. Francisco, onde o projecto inicia agora um volumoso trabalho de recuperação. Talvez no próximo ano já valha bem melhor a pena visitá-lo.

As fotos são todas do Armando Ferreira, e estão também na página do projecto no Facebook, mas claro, sem tantos detalhes explicativos.
E agora os trabalhos continuam: é já no dia 6 de Junho, com a última jornada voluntária de Primavera. Voltamos ao trabalho?!