No dia 25 de Abril realizou-se uma jornada voluntária não prevista no plano inicial de jornadas, mas que, de alguma forma, se veio substituir à prevista para 11 de Abril, que não se realizou. Contudo, para a de 25 as previsões meteorológicas eram de chuva, o que não impediu os voluntários de virem até ao Cabeço Santo, não fosse dar-se o caso, já tantas vezes ocorrido, de as previsões serem desafiadas pela realidade. E a manhã pareceu querer confirmar isso mesmo. Nuvens no céu, é certo, mas sem sinais de quererem regar a terra. E contudo, dado o tempo bem mais seco do que é normal que se tem feito sentir desde Março, que a terra bem aspirava por essa água que pairava lá por cima, quase fazendo-nos ter desejos contraditórios: que não chovesse para podermos trabalhar, e que chovesse para regar a terra e as viçosas plantas com que a Primavera, apesar da pouca água, nos brindou.
Mas, em todo o caso, tais desejos eram apenas uma diversão da mente. Havia que passar à acção, já que as condições o permitam.
O destino foi, mais uma vez, a zona de carvalhal do Cambedo, onde já tinham decorrido várias jornadas de Inverno. Agora, é claro, a paisagem tinha mudado radicalmente desde a última vez, e uma explosão de cores, desde o verde claro dos carvalhos, ao amarelo vivo da carqueja e ao vermelho da queiró (Erica umbellata), tornavam-na vibrante, quase fazendo esquecer as ameaças e os problemas. E assim, até dava mais gosto trabalhar.






O trabalho, esse, foi sobretudo de corte de mimosas, partindo da mancha de carvalhal, onde já tínhamos trabalhado, em direcção ao vale nº 6, já na propriedade da Altri Florestal. Aqui o solo é muito mais pobre do que ali uns metros ao lado, condição agravada por uma mobilização de solo antiga para plantação do eucaliptal, que, muitos anos depois, ainda se revela, por vezes com crateras profundas no terreno pedregoso. Esta foi uma das primeiras áreas de reconversão de eucaliptal na mata da Altri Florestal, iniciada ainda em 2008. Em 2009 e 10 foram plantados medronheiros nas áreas mais pobres e carvalhos em torno do vale, mas também foi aqui que as mimosas mais aguerridamente se mantiveram, beneficiando do acesso difícil e das condições de humidade. Contudo, aproveitando uma antiga levada de rega que aqui havia, a equipa de voluntários foi progredindo em direcção ao vale, finalmente conseguindo lá chegar já pelo final da manhã, na zona da sua “foz” no ribeiro.



O almoço ainda decorreu com normalidade até certo ponto, que foi aquele em que começou, quase de repente e sem avisar, a chover copiosamente. As coisas foram arrumadas à pressa e o resgate de vários equipamentos que se encontravam no campo, fez-se já sob chuva intensa.
A tarde parecia estar destinada, mas não para ir para casa. Aproveitando uma ou outra aberta, visitaram-se várias áreas onde trabalhos de recuperação se estão para iniciar, no sentido de colher ideias e suscitar reflexões. Por vezes o panorama é confrangedor e as dificuldades parecem enormes. Mas sobre isso, sobre as novas áreas de intervenção e seus trabalhos falaremos num artigo dedicado. Para já apenas um pequeno vislumbre.








A foto de despedida não se tirou, devido à chuva. Mas eram cinco os voluntários presentes.
Para já não se omite a jornada prevista para 2 de Maio, não obstante ser já dentro de uma semana. Havendo voluntários, faz-se na mesma! Até lá.