O Novo Ano chegou, mas o anterior, mais propriamente os últimos dias do anterior deixaram marcas. Se há quatro meses, o fogo tudo sobressaltou, agora foi a água… E na verdade a água deixou mais marcas na área de intervenção do Projecto Cabeço Santo do que o fogo, que como se sabe não chegou a afectar a área. As formações vegetais bem implantadas têm boa capacidade de suportar também os excessos pluviométricos, como temos também aqui oportunidade de constatar, já quanto às estruturas para uso humano é preciso ter mais cuidados… E de facto foram estas que mais sofreram: basta dizer que as quatro travessias pedonais do PR8 – Trilho da Serra, uma delas atravessando o Rio Águeda e as restantes 3 o Ribeiro de Belazaima, “voaram”, isto é, flutuaram com as cheias de 24 de Dezembro, algumas para parte incerta, outras para parte conhecida. Isto será por certo uma oportunidade para que a empresa que instalou estas estruturas repense a situação… Mas estas cheias deixam outras oportunidades de aprendizagem, basta querer aprender.
De novo deixamos neste blogue a área de intervenção do projecto para ir ali até ao Rio Águeda, entre Bolfiar e a Redonda, onde desagua o nosso conhecido ribeiro. O Ribeiro de Belazaima tem uma alcunha local: chamam-lhe o “bufas”, porque normalmente é um ribeiro calmo e “bem comportado” mas ocasionalmente e sem avisar desafia mesmo os maiores, em caudal e poder destrutivo. Ora o Águeda também é um “bufas”, mas 10 vezes maior… O problema é que o factor humano nem sempre assim o considera, e as consequências podem ser demolidoras. Assim se verifica ao percorrer as suas margens entre Bolfiar e a Redonda, onde se podem constatar localmente as consequências do mau ordenamento florestal em Portugal, concretamente ao se permitir danificar a vegetação ribeirinha, as próprias margens, e se permitir plantar árvores, na circunstância eucaliptos, em zonas tão sensíveis e vulneráveis. Mas como as imagens valem por muitas palavras, o melhor é ver o “filme”. A sequência apresentada inicia-se em Bolfiar, sobe o Águeda até à Redonda, depois sobe o Ribeiro de Belazaima até Belazaima do Chão para depois encontrar uma ponte perdida entre Belazaima e o Feridouro e acabar numa ponte danificada quase em Belazaima-a-Velha:
http://www.flickr.com/photos/pgridomingues/11691950124/in/set-72157639280269343
Bom e frutuoso ano de 2014!
P.D.