Dia da Floresta Autóctone

No dia previsto para a primeira jornada de Outono, a única voluntária presente foi a chuva, e ainda assim, só entre as 14 e as 15 horas! Deste modo, há que pensar desde já no futuro, e em particular na próxima jornada, que se prevê concorrida…

Eis pois alguma informação sobre um dos locais, provavelmente o único, onde decorrerá a jornada de 23 de Novembro, Dia da Floresta Autóctone, e que por isso será especialmente dedicada à plantação de árvores e arbustos.

O local de plantação é um espaço de cerca de 3000 metros quadrados, situado a cerca de 1km do Feridouro, e portanto de fácil acessibilidade. É atravessado pelo ribeiro e situa-se, na margem direita, imediatamente a jusante da mata da Altri florestal. Tinha eucaliptos e muitas mimosas, que foram cortados em 2011, deixando-o praticamente sem árvores, à excepção de uma pequena mancha de carvalhos da encosta na margem esquerda. A área a plantar é contudo quase plana, tendo sido, na sua maior parte, antiga terra agrícola da vizinha povoação do Feridouro. Esta e algumas pequenas leiras existentes ainda a montante na margem direita eram de facto as mais remotas terras agrícolas desse pequeno povoado, ainda hoje habitado por um reduzido número de pessoas. Algumas destas leiras nem sequer a animais tinham acesso, e as pessoas chegavam lá por trilhos muito estreitos através da encosta e trabalhavam-nas à mão. Uma dessas leiras de difícil acesso tem até um moinho em ruinas! Aquando do incêndio de 2005 essas leiras já não eram cultivadas há bastante tempo e algumas tinham carvalhos, que, embora afectados, não perderam a parte aérea no incêndio, tendo recuperado a partir daí. Outras não tinham árvores nativas mas mimosas e embora tenham chegado a ser lá plantados alguns carvalhos em 2010, acabaram por perder-se devido a várias vicissitudes por que passaram.

Perspectiva do espaço de plantação
Perspectiva do espaço de plantação
Margens do ribeiro e ponte do trilho PR8
Margens do ribeiro e ponte do trilho PR8

É neste local, também atravessado pelo trilho PR8 recentemente inaugurado, que a presença da ponte a ele associada facilita o acesso à margem esquerda para a realização de trabalhos. Já na encosta, e atravessada pelo trilho, encontram-se as ruínas de uma antiga casa onde parece que já moraram pessoas. À margem esquerda vem desaguar um vale principal que desce do Cabeço do Meio e que é um dos mais ricos em água da zona. Com várias captações, ainda este Verão, que foi seco, manteve água até ao seu final.

Este terreno está no “centro” de uma área que se perspectiva como sendo de fervilhante actividade nos próximos anos: a montante, na margem direita, fica a estreita e inclinada margem na mata da Altri, intervencionada desde 2008, e por várias vezes alvo de difíceis trabalhos de acompanhamento; também a montante, mas na margem esquerda, fica o terreno do “pé torto”, onde as mimosas cresceram sem entraves ao longo de 7 anos numa margem muito inclinada e onde será necessário agora fazer um trabalho de controlo por descasque ao longo de anos; a jusante, nas margens esquerda e direita ficam propriedades privadas ainda com eucaliptos e mimosas, mas onde negociações com vários proprietários estão no bom caminho para que mais de 300 metros de margens do ribeiro possam ser no futuro próximo recuperadas. A uns 100 metros a jusante fica uma pequena mancha de carvalhos, aquela que cometeu o heroico acto de ter resistido, qual aldeia gaulesa perante o invasor romano, à violenta incursão das chamas em 2005.

Em 2012 a área foi semeada com bolotas e umas poucas castanhas, e uma procura recente demonstrou que uma vintena delas, pelo menos, deu origem a árvores. Essas árvores deverão agora ser protegidas por tubos para não serem comidas por coelhos e a plantação irá complementar esta presença. Aliás, há um facto muito interessante a reportar: quando as bolotas foram semeadas (https://ecosanto.wordpress.com/2012/10/08/1a-jornada-de-outono/) colocaram-se duas no solo, em cada sítio, para aumentar a probabilidade de, em cada local de sementeira, pelo menos uma germinar e dar origem a uma árvore. Ora acontece que na maior parte dos sítios de sementeira não surgiu qualquer árvore, mas em muitos dos sítios onde apareceu uma árvore, apareceu também a segunda! Facto inesperado e que um simples exercício de probabilidade não faria prever. Se alguém conhecer uma explicação…

Emergência de uma bolota e uma castanha semeadas no ano passado
Emergência de uma bolota e uma castanha semeadas no ano passado

Nesta área vamos plantar as seguintes espécies: carvalho-roble (plantas provenientes de um viveiro local, com bolotas apanhadas e germinadas localmente), e, em menor quantidade, medronheiro e sobreiro, com plantas adquiridas em viveiro.

Será pois um trabalho a levar a efeito numa área bastante reduzida, mas enquadrado no muito mais vasto esforço do projecto que se estende, no espaço, em todas as direcções, e no tempo, entre os trabalhos passados e os horizontes futuros.

Numa extremidade do terreno um carvalho e um sobreiro sobreviventes dão o mote para os trabalhos
Numa extremidade do terreno um carvalho e um sobreiro sobreviventes dão o mote para os trabalhos

Aqui fica o retrato da área e o seu enquadramento. Serão suficientes para angariar o interesse de uma expressiva massa voluntária para o Dia da Floresta Autóctone?

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