Um dia quase perfeito

No dia 20 de Fevereiro um grupo de 9 voluntários reuniu-se para mais uma jornada de trabalho voluntário no Cabeço Santo, um grupo invulgarmente numeroso para o que tem sido habitual nos últimos anos. As previsões meteorológicas não eram as mais brilhantes, mas o dia acordou fresco e radioso. Por isso, cerca das 10 da manhã o grupo partiu de Belazaima carregado com plantas (salgueiros, carvalhos, azevinhos, loureiros, pilriteiros e amieiros-negros) e toda uma panóplia de matérias primas e equipamentos, incluindo-se até uma ponte improvisada para atravessar o rio.

O local escolhido para os trabalhos foi uma área pouco a jusante da confluência do vale 6 com o Ribeiro, onde a Quercus adquiriu algumas parcelas em ambas as margens, algumas delas antigas terras cultivadas pelos habitantes da deserta povoação de Belazaima-a-Velha. Foi neste local que se conservou uma pequena mancha de salgueiros em ambas as margens do Ribeiro, memória de uma galeria ripícola quase totalmente desaparecida deste curso de água. Por isso, um dos trabalhos previstos para este dia era a plantação de salgueiros ao longo das suas margens. Mas, antes disso, era preciso realizar alguns trabalhos preliminares: arrumação de lenha, preparação de tutores, limpeza de silvado…

A área alvo deste dia tem o atractivo de ter já muitos carvalhos com três a quatro metros de altura, rebentos de árvores que aqui existiam e que arderam em 2005. Não seriam contudo árvores muito velhas nem muito desenvolvidas pois que estas terras deixaram de ser cultivadas há apenas 30 anos, sendo depois plantadas com eucaliptos. Em consequência, aqui apenas seriam plantados mais alguns carvalhos , sendo arbustos o grosso das plantas a introduzir.

Perspectiva da área, já com carvalhos e salgueiros bem estabelecidos

Utilizou-se uma máquina de abrir buracos a gasolina para os arbustos, pois só assim se garantiu o ritmo necessário de plantação. E assim, durante a manhã plantaram-se azevinhos, loureiros e amieiros-negros, tendo em perspectiva um sub-bosque do carvalhal com as suas espécies características.

Azevinho plantado
Loureiro plantado

Depois de um almoço cujos ingredientes já se vão tornando famosos, passámos então à plantação dos salgueiros ao longo da margem do ribeiro, seguidos de pilriteiros e outros arbustos na margem sul. Mas aqui, ao contrário da margem norte, o terreno era declivoso, o que não deixou de representar uma exigência suplementar  para os voluntários. Mas a verdade é que, apesar disso, o trabalho correu tão bem que entretanto o espaço disponível naquele local se esgotou antes do final do dia, só não se podendo plantar mais devido à presença de lenha que não era possível arrumar.

Abrindo buracos para plantar salgueiros

Deste modo, depois de mais um famoso lanche, o grupo deslocou-se até à área de plantação da jornada anterior para plantar salgueiros nas margens do Ribeiro e arbustos entre os carvalhos. A chuva, essa, atrasou a sua chegada até à noite, uma perfeita combinação que permitiu uma conveniente rega, já que muitos dos arbustos plantados eram de raíz nua.

Equipa de trabalho, no final

E foi com a satisfação de quem deu uma contribuição bem significativa para a melhoria das condições paisagísticas e ecológicas desta paisagem que os voluntários terminaram o dia com a tradicional “foto de família”. Obrigado pela sua entusiástica e dedicada colaboração.

P. D.

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