Agora que as chuvas de Outono chegaram, as incertezas climatéricas do Verão ficaram para trás. Neste Setembro invulgarmente seco que tivemos, as árvores plantadas no início do ano resistiram bastante bem. Não tão bem parecem ter resistido algumas plantas de Acacia longifolia, que apareceram secas em meados de Setembro. Mas claro, isso foi uma vantagem. Parece que as plantas nativas são ainda as que resistem melhor a um clima marcado pela incerteza de chuvas e episódios, igualmente incertos, de temperaturas elevadas.


Mas, ao contrário das chuvas, a floração da urze Calluna vulgaris não se atrasou. É a única urze de floração marcadamente outonal, e que, no resto do ano, é muito discreta.

A marcar a diferença numa paisagem ainda dominada pelo castanho da seca estão os medronheiros, este ano já bastante carregados de frutos, e que agora começam a adquirir a sua cor de amadurecimento.

A contrastar com o panorama geral de Setembro, o dia 18, 4º aniversário do inferno de fogo que atingiu esta paisagem, acordou molhado e fresco, uma forma esperançosa de recordar esta data.

Este ano, como já todos devem ter reparado, é um ano de abundante produção de bolota de carvalho-roble. Até os pequenos carvalhos do Cabeço Santo, rebentados após o incêndio de 2005, já apresentam uma carga considerável.

Também os lentiscos já têm frutos maduros. Nas próximas jornadas de trabalho voluntário vamos colher bolotas e frutos de lentisco, e ainda teremos tempo para iniciar a sementeira directa de bolotas de sobreiro, cuja germinação se está a iniciar.

E teremos oportunidade para testemunhar o despertar de uma paisagem pela acção vivificante das chuvas dos últimos dias!
Paulo Domingues