No dia 7 de Junho, embora ainda sem outros voluntários, foi realizada mais uma jornada de trabalho no Cabeço Santo com dois objectivos principais: concluir o corredor de delimitação da área de intervenção no vale 4b e fazer um ensaio do trabalho a realizar na área ribeirinha de confluência dos vales 3, 4 e 5 (ver “Carta da área de intervenção” na página “O Cabeço Santo”).
Dado que a área que faltava delimitar era na parte mais elevada do vale, o acesso fez-se pelo antigo caminho florestal da propriedade, à cota 360 metros. O que mais chamava a atenção em vários pontos da paisagem, por vezes relativamente extensos, era a intensa floração de Halimium ocymoides, uma cistácea sem nome comum conhecido, ou pelo menos não referida na obra “Portugal Botânico de A a Z”. O que é estranho, dado tratar-se, pelo menos aqui no Cabeço Santo, de uma planta relativamente abundante, impossível de passar despercebida.
Mas havia que ir ao trabalho porque a zona mais elevada do vale estava densamente invadida com eucaliptos de origem seminal, que aproveitaram a relativa frescura do local e o solo profundo e pouco perturbado. Mas os eucaliptos alvo eram ainda fáceis de cortar a tesourão e o trabalho decorreu a bom ritmo. E ainda houve tempo para realizar algum trabalho de “desafogamento” de arbustos nativos (sobretudo murtas e medronheiros).
Já pelo meio da tarde foi tempo de fazer um ensaio do trabalho na área ribeirinha. Aqui há imensos eucaliptos de origem seminal e a constatação mais importante é a de que muitos deles ainda se arrancam com certa facilidade, o que, a poder fazer-se, evitará uma dispersão de herbicida tão elevada, ao não ser necessário eliminar uma cobertura quase contínua de rebentos de eucalipto. A juntar a isso, encontram-se entre os eucaliptos, pelo menos nos locais mais próximos dos vales, muitas plantas espontâneas, sobretudo de murta e medronheiro, que é necessário preservar. Finalmente essas zonas são estremamente declivosos, o que também dificulta qualquer trabalho de pulverização. Por tudo isto, será muito importante começar por fazer um trabalho de arranque e desafogamento de plantas nativas antes do trabalho mais extensivo de corte dos rebentos de eucalipto. Dado que este é um trabalho muito mão-de-obra intensivo, e requer um cuidado que o pessoal contratado nem sempre tem, se houver um conjunto de voluntários disponíveis para o dia 21 de Junho, será esse o trabalho que iremos realizar.
Entretanto, há já duas equipas profissionais no terreno, mas estas iniciaram o trabalho mais a montante, acima do caminho florestal principal da propriedade. Um primeiro resultado desse trabalho pode ser apreciado pelas duas fotos seguintes.
Até à próxima jornada de trabalho!
Paulo Domingues