Duas e uma semana depois, respectivamente, aqui fica uma memória única das últimas duas jornadas voluntárias, a segunda delas com uma tarde diferente.
A primeira jornada resultou de um adiamento da jornada prevista para 13 de Junho, por previsão de chuva. Chuva que, aliás, praticamente não veio, como escassamente veio a que se previa para as duas semanas anteriores…
20 de Junho:
O último dia da Primavera previa-se já quente, mas afinal a máxima não superou os 26ºC, e uma equipa mais numerosa do que a inicialmente prevista para 13 pôde assim trabalhar sem suar demasiado!

Durante a manhã continuaram os trabalhos (já realizados em jornadas anteriores) na zona ribeirinha do Chão do Linho, de controle das mimosas e de cuidado das árvores, enquanto um voluntário ia abrindo caminho com a moto-roçadora para a encosta do outro lado da ribeira, já no Vale de Barrocas.






O almoço foi, mais uma vez, à sombra dos carvalhos, tendo como aperitivo uma saborosa imersão nas águas da ribeira, mas só para quem se quis oferecer esse presente.

Depois do relaxamento sobre a folhagem dos carvalhos a equipa deslocou-se para o Vale de Barrocas para cuidar das árvores plantadas e semeadas ao longo da encosta. Foi só ao iniciar os trabalhos que se descobriu que se tinham trazido demasiadas enxadas e poucos tesourões, pois os trabalhos eram mais de corte do que de sacha… E corte de quê? De ramos mal situados, desramações de ramos baixos, mesmo alguma selecção de varas que não foi possível fazer no Inverno e finalmente corte de ramadas de plantas do matagal, sobretudo tojos, quando invadiam o espaço das árvores. Por vezes com estas ramadas se fazia uma cobertura em torno das árvores.







Nalgumas áreas a simples entrada era difícil por causa da densidade do matagal. Nestas terão de se fazer cortes selectivos com moto-roçadora.
Nestes trabalhos se passou a tarde e o dia terminou sereno e agradável, num adeus à Primavera que se despediu para 9 meses de longa ausência!

27 de Junho:
Neste dia previa-se trabalhar apenas de manhã, pois estava programada a Assembleia Geral da Associação Cabeço Santo.
Desta vez a manhã estava fresca e húmida, e a vegetação estava molhada, pois tinha chovido (mas apenas 1,6 mm!) durante a noite. Optou-se por ir à encosta das Costas do Rio (em frente ao Feridouro) procurar e demarcar carvalhos de origem seminal. Munidos de pequenas estacas de bambu, os voluntários distribuíram-se uniformemente pela encosta, evoluindo nela ao longo das linhas de nível.


Verificou-se que, pelo menos por aqui, a germinação das bolotas não tinha sido muito bem sucedida. Encontravam-se mais plantinhas nas cotas mais baixas e menos nas mais elevadas, mas sempre poucas… Já o sabíamos, a sementeira directa é sempre de resultados imprevisíveis. Por outro lado, verificou-se que os arbustos aqui plantados já no final do Inverno se encontravam com muito boa vitalidade.






A confirmar-se a baixa taxa de germinação, antevê-se a necessidade de aqui se plantarem árvores na próxima época. Mas, uma coisa de cada vez…
Depois do almoço realizou-se a prevista Assembleia Geral da Associação Cabeço Santo, com todos os seus documentos aprovados. Estes documentos estão publicados aqui.
Depois da Assembleia da ACS ainda houve tempo para uma caminhada entre a Benfeita e o Pedaço, junto a Belazaima, sempre ao longo do ribeiro.
Na Benfeita pôde-se observar uma das mais bem conservadas “testadas” das terras agrícolas, e ainda assim a necessitar de algumas melhorias: introdução de arbustos, remoção de eucaliptos e acácias. Na zona do Moinho Novo atravessou-se uma parcela em muito mau estado pela presença de mimosas, mas depois, já em direcção à Várzea-de-Além, as coisas melhoraram, a começar pela pausa junto a um grande carvalho!




Depois de atravessar as áreas agrícolas da Quinta das Tílias a equipa prosseguiu agora por uma área em mau estado para depois chegar à Lavandeira, esta também uma área em quase início de recuperação onde se constatou o muito que havia para fazer. Aqui as encostas junto às terras agrícolas já tiveram vegetação autóctone em muito melhor estado de conservação, mas os incêndios das últimas décadas danificaram-na muito, a par com a expansão dos eucaliptos por germinação após o fogo. Quaisquer trabalhos são bastante dificultados pelo elevado declive. Mas, aqui voltaremos em breve.

Já no Pedaço atravessou-se o ribeiro e fechou-se o circuito pela levada do Rego de Cima, terminando “em beleza” com a observação de um grande carvalho no Pedregal, por certo uma das árvores mais notáveis do percurso.

E assim se concluiu um dia especial.

Obrigado a todos os voluntários e à Margarida Fonseca e ao Paulo Vinagre pelas suas fotos.
As jornadas de Verão regressam já no dia 11, mas desta vez está-se a prever algum suor, com um pico de temperatura exactamente no Sábado… Mas são previsões. Ainda podem mudar! Até lá.
Paulo Domingues