A última jornada regular deste Inverno, e também a última de plantação de árvores, foi uma notável congregação de 19 vontades (humanas, mais 4 caninas) muitas delas pela primeira vez, que deram uma contribuição determinante para que as mais de 250 árvores que ainda tínhamos para plantar neste dia o tivessem sido, para além de outros trabalhos realizados. Foi ainda uma jornada “intercontinental” com participantes de dois continentes e quatro países!
A equipa começou, como previsto, pelo Vale de Barrocas, abaixo do caminho principal. Já aí tínhamos estado, mas neste dia avançámos encosta abaixo em direcção ao ribeiro. Não foi um início fácil porque o terreno era pedregoso, o mato denso, e as ramadas de eucalipto abundantes. Para além disso, a encosta tornava-se extremamente declivosa à medida que nos aproximávamos do ribeiro. Para além da plantação de árvores, alguns voluntários dedicaram-se ao corte de rebentação de eucalipto.





Depois de dois dias de autêntico Verão antecipado, o dia estava fresco e os trabalhos avançaram com determinação. Mas o espaço disponível aqui já não era muito pelo que ainda antes do final da manhã o trabalho deu-se por terminado e a equipa dirigiu-se para montante, subindo da cota dos 170 metros até à dos 270, no ponto mais elevado desta área de intervenção. Após esta subida de 100 metros achou-se por bem almoçar, para recuperar energias…

À tarde, e reabastecido o stock de árvores, a plantação continuou entre um braço muito secundário do vale e o principal. Aqui havia mais solo e menos pedras do que lá em baixo, pelo que o esforço adicional de transportar os materiais encosta acima era algo compensado pela maior facilidade em plantar as árvores. Também lá em cima uma equipa se dedicou à rebentação de eucalipto, esta bem mais difícil do que lá em baixo porque era a primeira vez que era cortada.



Os trabalhos avançaram durante a tarde e foi já em pleno “coração” do Vale de Barrocas que as árvores se esgotaram, as energias também já não estavam longe disso, e o sol, já bem escondido atrás do Cabeço do Meio, fazia parecer ainda mais frio o ar que o vento trazia de nordeste, bem diferente do dos últimos dois dias, o temível vento de sudeste.


E foi assim que se encerrou a época de plantação de árvores. Se poderá não impressionar pelo número de árvores plantadas (pouco mais de 2000), não deixa de ser expressivo o número de jornadas realizadas (9), o número de voluntários envolvidos (várias dezenas, num total de cerca de 120 participações) e sobretudo o esforço desenvolvido na realização de um trabalho que é um dos mais exigentes que pedimos aos voluntários, e cujo resultado leva muitos anos a tornar-se visível. Como bem ficou patente ao longo da época, trabalhámos quase invariavelmente em locais de acesso e movimentação difíceis, os locais de plantação tiveram que ser pesquisados em terreno por vezes pedregoso e densamente percorrido por raízes de eucalipto, com ramadas dos últimos cortes frequentemente depositadas e ainda com a presença do matagal, ainda que “amassado” pela queda dos eucaliptos e os movimentos de rechega. E, apesar das dificuldades, muitos dos voluntários voltaram uma e outra vez, num movimento que quase sempre excedeu as 10 pessoas por jornada e que permitiu a realização de outros trabalhos importantes como o corte das rebentações de eucalipto. Creio não ser excessivo afirmar que foi um esforço notável, que merece, neste momento, um reconhecimento especial.
Os trabalhos, é claro, vão continuar já no início da Primavera que se aproxima, e em breve serão anunciadas as Jornadas Voluntárias de Primavera de 2017!
Até já!
Paulo Domingues
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Muito obrigada a todos!
(Alunos do 3º ano turma 10 da EB Fernando Caldeira e professora Aldina Dias)