A 3º Jornada de Outono inaugurou a nova época de plantação de árvores de 2016/17, ainda antes da data habitualmente tomada como referência para esta acção, o Dia da Floresta Autóctone, assinalado a 23 de Novembro. Mas não muito, apenas alguns dias! E justifica-se pois este ano temos uma grande área para plantar e um número de árvores, que vai ser um enorme desafio!
A equipa voluntária que se apresentou para este dia pareceu estar à altura do desafio, pois eram 16 os voluntários, das mais diversas proveniências. Dado o número elevado de pessoas, decidiu-se começar por uma parcela bem perto de Belazaima, a Benfeita. Esta parcela faz parte de um conjunto de propriedades da Junta de Freguesia local disponibilizadas à Quinta das Tílias por arrendamento, e que, por via do protocolo desta com o Projecto, será trabalhada para fins de conservação. Desta parcela faz parte uma “testada” das terras agrícolas ribeirinhas (da Benfeita) que já tem uma interessante mancha de carvalhos e sobreiros adultos e que importa agora conservar e aumentar. De referir que, com a entrada desta parcela na área de intervenção do Projecto, este passa a intervir num “corredor ecológico” ribeirinho de cerca de 4 km ao longo das margens do ribeiro, quase sem interrupção na margem direita, embora bastante incompleto na margem esquerda.
Também se começou por esta parcela por ela oferecer várias oportunidades de intervenção para além da plantação de árvores: o corte da rebentação de eucalipto e o corte de uma densa mancha de Acacia melanoxylon que existe numa pequena área do terreno. Assim se distribuiu de maneira mais eficiente a mão-de-obra presente, aproveitando de forma optimizada as ferramentas disponíveis.


Depois de uma pequena “formação” sobre plantação de árvores, os trabalhos iniciaram-se junto ao tanque de rega da Benfeita, avançando ao longo da inclinada língua de terreno para sul. Uma equipa ia cortando a rebentação de eucalipto enquanto outra ia plantando sobreiros e medronheiros. Dado que aqui a plantação de eucalipto era já antiga e não muito intensiva, já havia por quase todo o terreno muitas plantas de sobreiro, carvalho-roble e pinheiro, que agora serão recuperadas e protegidas. A principal dificuldade derivou do declive do terreno, por vezes bastante elevado, o que deu origem a algumas escorregadelas, felizmente sem consequências de maior para além de uma haste de óculos partida… Por outro lado as energias necessárias para transportar plantas, adubos e ferramentas foram cansando pernas e braços.








Pelo meio dia já se tinha dado um bom avanço e a paisagem vista lá de cima também era animadora, embora as cores mais “outonais” que daí se observavam fossem de facto de espécies exóticas, em particular os carvalhos-americanos, plantados com alguma frequência em antigas terras agrícolas.


À tarde os trabalhos continuaram de imediato e sem sesta pois que as tardes agora são curtas. De referir que estiveram presentes duas “madrinhas” de árvores, ou seja, pessoas que apadrinharam árvores dando uma contribuição de 2 € por árvore, e ainda vieram ajudar a plantá-las! Vamos precisar de mais padrinhos/madrinhas assim!
O tempo ajudou imenso, pois que esteve um dia nublado e quando a anunciada chuva começou a cair, o dia estava já a terminar, iniciando-se de imediato uma conveniente rega pois, como se teve oportunidade de constatar, em muitos locais plantados o solo estava seco, devido à dificuldade da água da chuva em penetrar superfícies de solo que se mostram por vezes bastante higrófobas, o que o declive acentua. Mas agora, com as “caldeirinhas” que se fizeram em cada árvore plantada, e com a fertilização orgânica, por certo que a água não terá dificuldade em entrar na terra e vivificá-la.


Mais de 150 árvores foram plantadas e a foto de encerramento foi tirada na base de operações já era noite bem escura e… à chuva.
Tinha sido um excelente arranque da época de plantação. De futuro contamos ter o terreno de plantação já trabalhado com ajuda de maquinaria florestal, a fim de podermos plantar muito mais árvores por jornada. Até dia 3 de Dezembro! E obrigado a todos os voluntários! As fotos são da voluntária Odete, e no Facebook há mais!
Republicou isto em communitysoulbook.
Foi realmente uma Jornada de Voluntariado excelente. Em primeiro lugar pelo elevado nº de participantes, que sempre ajuda a animar e promove um melhor convívio. E que em tarefas assim de campo fazem com que o trabalho tenha uma boa progressão, o que anima muito quem trabalha, olhar para trás e ver a coisa a avançar. Depois o piquenique, foi muito bom e reforçado com algumas iguarias, uma mesa cheia de coisas boas. O tempo esteve mesmo bom, nem calor, nem frio e a chuva só mesmo no final, para abençoar a chegada das novas árvores e arbustos. E no final o lanchinho, já na base das operações, abrigadinhos e sem pressas, antes da foto de grupo. Uma referência final ao terreno em causa, que pela sua dimensão e localização, e por ser propriedade colectiva e pública, será sem dúvida (daqui a um par de anos), um exemplo que investigadores, promotores de iniciativas de sensibilização ecológica, autarcas de todo o País, alunos, produtores florestais e entidades governamentais virão visitar. É com acções destas que Portugal corrige os erros de gestão do território do passado e do presente, porque ainda há muita mãozinha do ICNF nas autorizações criminosas de plantações de eucaliptos, como muito bem denunciaram elementos da Câmara Municipal.