Terceira jornada de Inverno

A jornada de 20 de Fevereiro, adiada uma semana por razões meteorológicas, usufruiu de um dia radioso e fresco, perfeito para os trabalhos em agenda. Não fosse o caudal abundante do ribeiro, e já não nos lembrávamos de quão cinzento e chuvoso tinha estado uns dias antes.

Marcaram presença apenas seis voluntários, três deles estreantes. E para baptismo de participação as condições não foram fáceis: na verdade quase todo o terreno a plantar era declivoso e rochoso, às vezes tão declivoso que era difícil alguém segurar-se em pé, e às vezes tão rochoso que formava pequenas escarpas verticais sobre o ribeiro. Para além disso, ainda estorvavam os tocos e as raízes dos eucaliptos e das mimosas, quando se escavava em busca de um bom local para plantar uma árvore.

Mas os voluntários eram jovens ou determinados, ou ambas as coisas e o panorama não os intimidou. O local era o “corredor” ribeirinho, uns 400 metros a montante do Feridouro, exactamente o ponto onde tínhamos ficado 3 semanas antes. Do outro lado do ribeiro, a visão da pequena mancha de carvalhos que aqui sobreviveu nos últimos 40 ou 50 anos só podia ser fonte de motivação. E assim os trabalhos prosseguiram durante toda a manhã, progredindo lentamente para jusante, em direcção ao Feridouro.

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Uns com frio, outros com calor, os trabalhos prosseguiram durante a manhã
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De manhã, só raramente era possível chegar junto do ribeiro
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Por vezes encontravam-se escarpas rochosas com vista para o leito do ribeiro
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Do outro lado do ribeiro, a pequena mancha de carvalhos era uma presença animadora
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Ao princípio da tarde já se tinha chegado a esta pequena represa, de onde partia antigamente uma levada

Pelo final da manhã deu-se uma baixa: um voluntário tinha chegado ao limite das suas forças! Mas os outros, restabelecidos por um almoço nutritivo e energético, ainda que vegetariano, e ajudados por uma esporádica laranja do Feridouro (reconhecido pela qualidade dos seus citrinos!) retomaram os trabalhos e continuaram pela tarde fora. Pelo final da tarde e depois de terem plantado uma encosta de declive mais suave, onde, incrivelmente, foi encontrado um azevinho espontâneo, chegaram de novo a uma zona muito declivosa, onde o ribeiro faz uma curva em “z” e aí deram o avanço por terminado. Tinham-se plantado dezenas de carvalhos, medronheiros, sobreiros e freixos.

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Árvores plantadas na zona ribeirinha
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Depois de uma área mais fácil, nova zona muito declivosa
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Plantando de novo em terreno difícil
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Perspectiva do local onde o ribeiro faz uma curva em “z”
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O descanso dos “guerreiros”
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Uma das muitas árvores plantadas neste dia, um medronheiro
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A equipa, já desfalcada de um dos participantes

Tinha sido um fantástico dia de trabalho, só ensombrado pela ausência de dois inscritos, sem qualquer explicação, nem prévia, nem posterior. Não é frequente acontecer, diga-se de passagem, mas é pretexto recordar que a preparação das jornadas, concretamente ao nível da alimentação mas não só, como por exemplo a organização de boleias, pressupõe a presença dos inscritos, nos horários e locais combinados. Não acontecendo, acabam por originar perturbação, atrasos e perdas. Com a mesma sinceridade com que agradecemos sempre de todo o coração, em nome da paisagem que cuidamos, e também em nome da equipa anfitriã, a todos os que participam nestas jornadas, também convidamos a apenas se inscreverem aqueles que têm uma firme intenção de vir e de contribuir para os objectivos do projecto, acima de todas as outras coisas.

Com o Inverno a aproximar-se rapidamente do fim, as jornadas dedicadas à plantação de árvores continuam já dentro de duas semanas, com locais um pouco mais fáceis do que os deste dia! Até lá!

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