Comecemos pelo Verão que há pouco se despediu: começou tarde e acabou cedo, tendo sido a principal causa do anulamento da jornada voluntária de aniversário, marcada para 6 de Setembro. De facto, desta vez havia alguns voluntários disponíveis, mas como vinham de longe, não era sensato e eficiente arriscar uma jornada molhada. E com efeito as previsões cumpriram-se: choveu, exactamente a partir das 9 da manhã…
Mas não nos queixemos do Verão. Foi sereno e sem períodos de “febre” que sempre incendeiam algumas mentes… Melhor, ainda, “vacinou-se” regularmente contra tais erupções com antídoto de chuva. Foi um Verão invulgar e extraordinário.
Quando chegámos a 18 de Setembro, mais um dia de intensa chuva, difícil era já recordar-nos do 18 de Setembro de 2005, quando uma “tempestade” de fogo e vento quente e seco deixou o Cabeço Santo em cinzas. E já passaram 9 anos!
E o Outono chegou, chuvoso para que o Verão não se risse dele! Ora é tempo de começar a pensar nas Jornadas Voluntárias de Outono no Cabeço Santo. E muito há a fazer este ano!
Comecemos pelo princípio: A primeira jornada já foi anunciada: integra-se na Semana Europeia da Custódia do Território, e é já no dia 27 de Setembro. Neste dia vamos colher bolotas e castanhas, para semear, mas também para guardar e a partir do final do próximo Inverno criar um pequeno viveiro donde sairão os carvalhos, castanheiros e sobreiros para plantar na época de 2015/16. Também vamos colocar alguns caixotes ninho, os primeiros que colocaremos no Cabeço Santo, para promover a nidificação de pequenos passeriformes.

No dia 25 de Outubro teremos uma jornada dedicada ao controlo de invasoras, um tema sempre recorrente nas actividades do projecto. O alvo serão plantas e manchas de mimosa e acácia-de-espigas.
No dia 22 de Novembro, véspera do Dia da Floresta Autóctone, teremos quiçá o único dia da época de Outono-Inverno de 2014/15 dedicado à plantação de árvores e arbustos. É importante recordar que o principal desafio no que toca à introdução de plantas não é a plantação mas a manutenção, fazer todo o possível para que a planta introduzida supere todas os perigos e dificuldades da juventude. Por isso, é tão ou mais importante cuidar das plantas introduzidas nos anos anteriores do que introduzir novas plantas.
No dia 13 de Dezembro encerraremos as jornadas voluntárias de Outono com os primeiros trabalhos de manutenção de uma mancha de carvalhal presente numa das novas parcelas afectas ao projecto entre a mata da Altri e o Feridouro. Esta área, com cerca de 4 hectares, começou a ser reconvertida este ano, embora só no próximo ano a principal mancha de eucaliptal aí presente seja removida. Incluindo cerca de 600 metros de margem direita do Ribeiro, a área aumenta para 2,5 km a extensão de Ribeiro intervencionada, e traz a área de intervenção do projecto até ao Feridouro, passando para jusante, no Ribeiro, da foz do Vale de São Francisco (o nº 2), o mesmo onde, lá mais em cima, se situa o terreno adquirido pela Quercus em 2006.
É mais um grande desafio, porque esta área, embora contenha duas pequenas manchas de carvalhal já antigo, que vamos recuperar activamente, está também muito invadida por mimosas, num relevo não propriamente fácil, e onde apenas a proximidade do caminho contribui para facilitar as coisas. Também contribui, mas aí para o ânimo dos voluntários, o facto de na margem esquerda também haver uma pequena mas bonita mancha de carvalhal, aquela que conseguiu resistir às chamas em 2005, qual aldeia gaulesa perante o invasor romano!

Temos substância para ter uma entusiástica participação voluntária neste Outono? Se não, digam que talvez se arranje mais qualquer coisinha…!
Paulo Domingues
Respondendo ao desafio claro que temos substância. Eu lá estarei nas nos dias 25/10, 22/11 e 13/12. Já está na agenda e não irei sozinho.
Fernando
É a primeira vez em 8 anos que há inscrições para três jornadas seguidas! Afinal a iniciativa voluntária ainda surpreende! E contagia?