Depois de duas jornadas voluntárias previstas em que os voluntários pareceram ser uma “espécie em vias de extinção”, organizou-se uma jornada “extraordinária” para demonstrar o contrário,… ou melhor, para aproveitar disponibilidades voluntárias que não se puderam materializar noutras ocasiões.
Foi no dia 17 de Maio. Como o Verão fez uma séria aparição por alguns dias, a hora de saída foi antecipada para as 8 h, e pouco depois já a equipa se aventurava pelos caminhos pouco transitáveis do Cabeço do Meio. O objectivo eram as antigas leiras agrícolas da Ribeira do Tojo de Belazaima-a-Velha, para se cuidar do carvalhal que aí se começou a implantar a partir de 2010. Devido à fertilidade destas terras ribeirinhas, a vegetação espontânea concorrente, sobretudo os fetos e o silvado, competem, por vezes muito agressivamente, com as árvores introduzidas, pelo que é necessário fazer limpezas selectivas. Por isso a moto-roçadora “poluiu” durante toda a manhã o ambiente bucólico e sereno desta paisagem… mas por uma boa causa. Também devido a essa mesma fertilidade, as mimosas crescem a velocidades às vezes impensáveis. Eis pois o trabalho para quem não tinha moto-roçadoras: cortar e descascar mimosas.



As mimosas, que já ocuparam estas terras de forma muito densa e extensiva, são agora de ocorrência pontual (excepto nas áreas onde não se pôde intervir), e um grupo de voluntários, mesmo pequeno, já consegue progredir no terreno de forma bem visível durante apenas algumas horas de trabalho.




Os carvalhos apresentam-se este ano com excelente vitalidade. Os salgueiros vão ocupando umas margens ribeirinhas de onde tinham sido “expulsos” pelas mimosas. Os castanheiros já começam a frutificar. Os sabugueiros, agora no seu pico de floração chamam a atenção para as suas grandes flores brancas e enchem o ar de um doce aroma. Os medronheiros plantados já este ano num morro seco e pedregoso lá estão, a desafiar o período seco que atravessamos e a clamar por um pouco mais de chuva primaveril… Cada ano que passa esta área vai-se aproximando um pouquinho mais de ser um bosque ribeirinho fresco e sombrio, diverso e vivo, quiçá semelhante ao que aqui existiu há muitos séculos. É emocionante poder participar neste “caminho”, não é?


A intenção era trabalhar só de manhã, devido às temperaturas elevadas que se faziam sentir, mas depois, e apesar de uma longa manhã, o entusiasmo ainda levou os voluntários de novo ao terreno a seguir ao almoço. Foi, mesmo assim, uma grande jornada de trabalho!

E agora uma alteração de calendário: a jornada de visita prevista para dia 24 será alterada. Para permitir a realização de uma visita inaugural do Trilho da Serra PR8, trajecto do Cabeço Santo, promovida pela Câmara Municipal de Águeda e pela Quercus, a data será alterada para 7 de Junho, no final da semana dedicada ao ambiente pela autarquia. Mais detalhes serão aqui acrescentados logo que disponíveis.