Notícias e actividades

Uma das actividades previstas no plano de trabalhos do projecto financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu é a demarcação de um percurso pedestre no Cabeço Santo, trabalho a realizar em 2010. Com o objectivo de colher contributos para a definição desse percurso mas também como oportunidade para uma visita de Primavera ao Cabeço Santo, propõe-se, no dia 23 de Maio (Sábado), uma jornada de visita. Esta jornada ocupará todo o dia e iniciar-se-á com um pequeno percurso por um carvalhal junto a Belazaima que tem vindo a ser recuperado ao longo de quase 20 anos. Será uma visita onde se observarão formações em diferentes fases de evolução da vegetação espontânea e as acções desenvolvidas em cada uma delas. Depois partiremos para o Cabeço Santo, realizando um percurso ao longo das áreas onde se desenvolve o projecto. Será também uma visita bastante didáctica, pois na maior parte do percurso não se observarão panoramas extraordinários (bem pelo contrário) mas sim o resultado dos trabalhos realizados no âmbito do projecto desde 2006, e de forma mais intensa desde 2008 de maneira a que, dentro de 10 ou 20 anos, se possa ter desta área uma perspectiva radicalmente diferente, naturalmente, para melhor. O ponto de encontro é pelas 9:30h na Junta de Freguesia de Belazaima. Os interessados deverão inscrever-se, enviando uma mensagem para cabsanto@gmail.com. A alimentação é ao cuidado dos participantes. Mais informação aqui.

Entretanto façamos uma pequena visita virtual para saber o que se tem passado nas últimas semanas. Junto à Casa de Santa Margarida foi identificado um incidente: algumas dezenas de tubos tinham sido derrubados e algumas árvores arrancadas. Tudo indica ter-se tratado de uma intervenção de javalis. Alguns tubos tinham marcas de dentes e algumas árvores tinham indícios de escavação junto ao pé, na provável expectativa de aí se encontrarem bolotas. Mas claro, não se encontravam, pois as árvores plantadas já tinham um ano. Surge aqui uma especulação interessante: este tinha sido o local onde no ano passado foi devastada uma sementeira de bolotas. Será que os javalis ainda “sabiam” este ano que dentro de cada tubo podiam esperar encontrar uma bolota e derrubaram alguns tubos à sua procura? Mas depois, ao verificar que não havia bolotas, fizeram “o favor” de não derrubar mais tubos (eram largas centenas de árvores plantadas naquele local). Embora noutro local, observei mesmo um tubo que tinha sido “abocanhado” mas que permanecia intacto no seu lugar. O que significará isso?

Tubo arrancado mas planta no lugar
Tubo arrancado mas planta no lugar
Tubo tratado à dentada (?!)
Tubo tratado à dentada (?!)
Tubo abocanhado mas não derrubado; planta intacta
Tubo abocanhado mas não derrubado; planta intacta
Estamos na Primavera, época das flores. Neste momento o sabugueiro encontra-se no seu pico de floração (esta foto foi tirada em Belazaima).
Sabugueiro em flor
Sabugueiro em flor

Voltando ao Cabeço Santo, avancemos ao longo do Ribeiro, passando no sítio chamado de “Pé Torto” devido à curva que o Ribeiro aqui desenha. O estado deste troço é ainda muito mau, só se tendo aqui realizado trabalho desde 2008, e apenas na margem direita. No entanto é um local previlegiado, devido à confluência dos vales 3, 4 e 5. Já foram aqui plantadas árvores este ano embora ainda haja muito trabalho a fazer para a erradicação da vegetação exótica. Junto ao Ribeiro há uma pequena faixa de carvalhal que sobreviveu ao fogo e embora as árvores tenham ficado muito danificadas, dão agora mostras de uma boa recuperação.

Junto ao Ribeiro de Belazaima, alguns carvalhos
Junto ao Ribeiro de Belazaima, alguns carvalhos
Área de intervenção na zona do Pé Torto
Área de intervenção na zona do Pé Torto

Um dos resultados da experiência da plantação de árvores realizada este ano foi a de que se trata de uma operação com custos elevados, dado que as covas têm de ser abertas à mão em locais previamente não mobilizados, com tocos de eucalipto, frequentemente rochosos e com grandes acumulações de lenha. No entanto, uma operação mecanizada com uma máquina apropriada também não ficaria mais barata. Por isso, é de grande importância a experimentação de formas viáveis de sementeira directa. Já verificámos que a forma experimentada no ano passado (no Inverno e com tubos de protecção, que afinal actuam como “bandeiras” de sinalização da existência de bolotas) não é viável. Este ano, em áreas também plantadas, realizou-se uma experiência de sementeira tardia de bolotas de carvalho roble em fase inicial de germinação, sem fertilização, sem tubos e apenas com uma mobilização do solo muito ligeira realizada com uma forquilha de dentes direitos. Esta sementeira realizou-se em Abril e princípios de Maio com bolotas de conservação. Como existe a expectativa de que as plantinhas se desenvolvam agora rapidamente, há menos tempo (do que na sementeira natural) para as bolotas serem encontradas e predadas, esperando-se que resulte uma forma de sementeira directa mais viável do que as já testadas. Logo veremos os resultados. Foram assim semeadas largas centenas de boltas com um esforço humano modesto na área junto ao Pé Torto e outras adjacentes.

Vale 5, plantado e semeado
Vale 5, plantado e semeado

Entretanto as árvores plantadas começam agora a gerar rebentação jovem. Até ao momento praticamente não se verificaram baixas entre as quercíneas não obstante o arranque atribulado.

Carvalho com rebentação jovem
Carvalho com rebentação jovem

Subindo ao monte destacam-se agora as manchas de sanganhou-mouro em flor. Também a urze Erica umbelata se encontra no seu pico de floração. Antes do fogo esta urze formava grandes manchas contínuas, o que dava à paisagem uma bonita tonalidade avermelhada, embora passageira. Agora nem tanto, as manchas são mais dispersas e localizadas. 

Recanto dominado por sanganho-mouro
Recanto dominado por sanganho-mouro
Paisagem rochosa mas florida
Paisagem rochosa mas florida
Visita de uma abelha
Visita de uma abelha
Erica umbelata entre árvores plantadas; em 2º plano, giesta
Erica umbelata entre árvores plantadas; em 2º plano, giesta

 Até breve!

Paulo Domingues

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