No Sábado passado realizou-se, como previsto, uma jornada de trabalho voluntário para rega das cerca de 2800 árvores plantadas já este ano no Cabeço Santo, e que se vêm confrontadas com o excepcional período de seca prolongada que temos vivido. E não apenas seca, mas períodos de temperaturas elevadas fora de época e ventos fortes. Finalmente, como se tudo isso já não bastasse, vieram temperaturas muito baixas, negativas mesmo nos locais mais susceptíveis. Ora, como o período anterior de temperaturas elevadas, excepcionalmente longo, tinha estimulado a rebentação das folhas, muitas encontravam-se em finais de Março em estado de pós-emergência. Apanhadas pela geada, foram duramente atingidas, sendo muitas delas irreversivelmente queimadas (1-2). É de esperar que as partes não atingidas rebentem de novo, embora o fenómeno afecte o crescimento das árvores nesta fase crucial de arranque. Nem todas as árvores foram afectadas, contudo. Paradoxalmente, foram menos afectadas as que tinham rebentado mais cedo (pois as folhas já estavam mais desenvolvidas) e também as que estavam em locais menos susceptíveis.
A jornada de rega contou com 7 voluntários, que realizaram o trabalho mais difícil jamais “oferecido” a voluntários desde que o projecto teve início (3). Não é que não tenha já havido trabalhos pontualmente mais exigentes, mas este prolongou-se por todo o dia, tendo apenas a hora de almoço como pausa maior. Embora tivessemos contado com o apoio de um auto-tanque da Associação de Protecção Civil de Belazaima (4), a verdade é que o simples manejo da mangueira do mesmo não era tarefa fácil neste terreno acidentado e ainda cheio de restos de madeira queimada. Em geral, a estratégia foi a de fazer chegar a mangueira o mais perto possível de cada área a regar e depois distribuir com regadores. Felizmente o tempo ajudou: estava fresco e corria uma agradável brisa, embora tivesse ajudado bem mais se tivesse chovido…
De manhã regámos uma área de conservação ribeirinha ao Ribeiro de Belazaima. Teremos distribuído cerca de 1500 litros de água, metade do auto-tanque. À tarde começámos a subir a encosta ao longo dos vales em reconversão: primeiro o 5 e depois o 4b, depois de novo 5, e finalmente de novo o 4b, agora a partir de cima (5-6). Dado que a tarde foi mais comprida do que a manhã, gastaram-se os 3000 litros de água de capacidade do auto-tanque, tendo este sido o factor que determinou o fim dos trabalhos. Bem, não completamente, porque ainda havia um pequeno pote na carrinha, que permitiu acabar de regar as árvores do vale 4b. Neste vale a grande dificuldade foi a presença de imensos restos de mimosas queimadas, que o ocupam densamente e que, mais de 3 anos depois do incêndio, ainda causam bastantes embaraços. É interessante dar uma olhadela a uma foto anterior a 2005 e recordar o aspecto que estes vales apresentavam nessa altura (7-8).
Após muitas escorregadelas, quedas, arranhões, felizmente nenhum deles sem consequências sérias, e muitas subidas e descidas de regador na mão (9-10), ainda houve tempo para uma foto com boa disposição, embora já sem um dos voluntários que só tinha participado de manhã (11). Oxalá as nuvens, que observavam lá de cima, tenham apreciado este este esforço e o completem, e complementem, pois ainda ficaram bastantes árvores por regar.
Sem dúvida que os voluntários deste dia merecem um obrigado especial, agradecimento extensível ao voluntário da Associação de Protecção Civil que, embora menos motivado para a causa que os restantes, não deixou de dar a sua contribuição. E também à Associação de Protecção Civil ela própria, cuja Direcção se mostrou totalmente disponível para proporcionar este apoio.
Paulo Domingues
Olá, Paulo!
Apesar dos inúmeros arranhões e pisaduras com que terminei o dia foi um prazer ter colaborado neste trabalho. Foi pena não term,os regado todas as árvores, mas parece que nete fim de semana vai chover :), pode ser que a chuva ajude as que já regámos e que ainda vá a tempo das que ficarm por regar.
Fico à espera de outras ocasiões para ajudar este projecto fantástico.
Beijinhos
Olá Paulo e restantes amigos voluntários!
Foi de facto uma jornada dura, mas com boa disposição e muita motivação.
Parece mesmo que a amiga chuva nos vem visitar brevemente. Nós agradecemos, e as árvores também …
Cá aguardamos por mais jornadas onde possamos dar mais um pequeno contributo para uma grande causa.
Até breve,
Ricardo