Continuou a limpeza do vale 5, provavelmente o mais difícil de todos, devido à densidade da vegetação exótica presente, à existência de muitas mimosas queimadas no chão e em pé, ao declive, aos afloramentos rochosos… A equipa que o realizou fez um excelente trabalho e por isso merece inteiramente este reconhecimento público. No chão ficou uma tal camada de vegetação cortada que dificilmente os rebentamentos de toiça conseguirão romper, o que será uma vantagem, porque não será necessário aplicar tanto herbicida. Aqui, no vale 5, os trabalhos puseram a descoberto um sobreiro de, talvez, uns dez metros de altura. Como já sabíamos, se a maioria das árvores aqui presentes fossem sobreiros, e mesmo que um incêndio em 2005 as tivesse queimado, hoje isso já pouco se notaria, como permite testemunhar este sobreiro.



A seguir temos uma imagem obtida junto ao vale 4b, mostrando os resultados do trabalho realizado entre este e o vale 4a. Nas áreas com mais vegetação nativa o Agrostis destaca-se ainda pela bela côr que apresenta no princípio do Verão, mas aproximando-se agora do final do seu ciclo de vida. Apanhei até duas visitantes a usarem-no como enquadramento para uma sessão fotográfica…



No dia 22 de Julho um grupo de 11 escuteiros (2 chefes e 9 participantes) realizou uma jornada de trabalho no Cabeço Santo. De manhã, arrancaram e cortaram eucaliptos de origem seminal numa área muito invadida junto ao vale 6, já perto do Ribeiro. Não foi um trabalho fácil, porque muitos eucaliptos ofereciam uma resistência inesperada, e porque estava muito calor. Mas os elementos da equipa perseveraram estoicamente, e foi já com justificado merecimento que se deslocaram até à Casa de Santa Margarida para um recuperador almoço. Lembram-se daquele ninho de andorinha que há umas semanas estava ainda em construção no tecto da cozinha? Agora estava já concluído, e certamente com novos habitantes no seu interior.




Depois do almoço e de um pequeno período de descanso, os escuteiros não esperaram pelo tempo fresco para voltar ao trabalho, o que aconteceu numa área de Acacia longifolia, arrancando e cortando destas plantas. Os trabalhos continuaram ainda durante quase duas horas, mas os efeitos do calor e da falta de água começaram a fazer-se sentir, e pareceu sensato interromper os trabalhos mais cedo e levar os voluntários até um sítio fresco, sombreado, com água e com um bonito bosque de carvalhos em volta. Ainda bem que ainda existem sítios destes… Por isso, na hora da despedida, o ânimo era elevado e as energias pareciam recuperadas! Oxalá tenha valido a pena também para eles, e não apenas para os sítios por onde realizaram trabalho.
No Sábado, dia 26, três voluntários realizaram uma visita ao Cabeço Santo, percorrendo os locais onde as equipas contratadas têm realizado trabalho. Começámos pela área junto ao Ribeiro de Belazaima, onde numa área já bem significativa, foi realizado um difícil trabalho de corte dos eucalitos de rebentação e de origem seminal. Depois observou-se um troço ainda não trabalhado, muito invadido com mimosas, de facto, um dos locais onde as margens do Ribeiro de Belazaima se encontram em pior estado. Para abrir o apetite para o almoço, a pequena equipa realizou algum trabalho de corte de Acacia longifolia numa zona muito invadida, onde no ano passado já se tinham aberto corredores de passagem e desafogamento de plantas nativas. Observou-se que, de facto, a maior parte das plantas cortadas não tinha rebentado de novo, embora as poucas que o fizeram tenham ocupado o espaço de tal maneira que pareciam muitas. A equipa prosseguiu com entusiasmo, até a fome apelar com intensidade. Depois do almoço, uma vez mais na Casa de Santa Margarida, o pequeno grupo desceu até ao carvalhal do Valinho Turdo para uma refrescante visita e depois ainda realizou algum trabalho naquele espaço onde os alunos de S. Pedro do Sul tinham plantado carvalhos. Os fetos e as silvas tinham entretanto “explodido” e alguns trilhos já não se podiam percorrer sem um trabalho de moto-roçadora, mas, de todos os carvalhos que visitámos, apenas um tinha sido danificado, desta vez por um coelho.




E foi com uma foto junto a um destes carvalhos que concluímos este dia, e esta série de jornadas que, com mais ou menos voluntários (o número não é importante, mais importante é o espírito com que participam) se foi realizando desde o princípio do ano. Depois das férias, haverá novas jornadas, e se houver voluntários, serão bem-vindos. Entretanto os trabalhos não param, e já em Agosto dar-se-á início à delicada tarefa de pulverizar os rebentos da vegetação exótica e invasora com herbicida.


As notícias do Cabeço Santo regressam no final de Agosto. Boas férias!
Paulo Domingues
Ena, tantas e tão boas notícias! Gostei sobretudo do sobreiro resistente. Que exemplo a recordar!
Fico à espera de notícias, pois já estarei mais disponível para o trabalho em próximos apelos 🙂 . Boas férias!
Obrigado pelo vosso exemplo e empenho.
Vou pedir uma indemnização 😛
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