O Cabeço Santo é um cabeço alongado que, partindo do Alto da Louriceira, ponto a 550m de altitude que separa as águas do Mondego das do Vouga e que divide o Concelho de Águeda do de Mortágua, estende-se na direção sudeste-noroeste. Constitui assim uma linha de cumeada que separa as bacias de drenagem do Rio Agadão e do Ribeiro de Belazaima. Atinge um pico de 460 m de altitude, onde se situa o marco geodésico “Santo” que por sua vez se encontra a 12km do Caramulinho, o ponto mais elevado da Serra do Caramulo, e a 37km do mar. Aqui é possível avistar toda a Bairrada e até a Ria de Aveiro e o mar em dias de céu limpo. Seguindo 18km em linha recta para sul encontra-se a Mata do Buçaco, relíquia botânica da região.
Geologicamente, toda esta zona é dominada pelo xisto, cujos solos são predominantemente ácidos.
Climaticamente, estamos numa zona de clima mediterrânico com influência atlântica. O carácter mediterrânico é acentuado bela baixa altitude, mas moderado pelos ventos dominantes do quadrante noroeste, quase sempre frescos e húmidos. No entanto, a direção do vento muda ocasionalmente, vindo do interior e não do mar, o que altera radicalmente o carácter do Verão, com temperaturas elevadas e baixos teores de humidade, semelhante ao clima característico do Alentejo interior.
Rede Hidrográfica
O Ribeiro de Belazaima tem uma bacia de drenagem limitada pelo Cabeço Santo e pela linha de cumeada no Cabeço do Meio, o outro cabeço que se avista de Belazaima. Até ao Feridouro, esta bacia é bastante estreita, não havendo mais de 2km entre as duas linhas de cumeada.
Deste modo, pode-se dizer que o Ribeiro de Belazaima nasce no Alto da Louriceira, prossegue ao longo de um vale estreito, e depois mais largo a partir de Belazaima, para finalmente, e depois de um percurso de menos de 15km, desaguar no Rio Águeda, a apenas 30m de altitude
Este ribeiro é um dos mais pequenos afluentes do Rio Águeda. O maior é o Alfusqueiro, ainda mais extenso que o próprio Águeda até ao encontro dos dois, em Bolfiar. Para o Rio Águeda confluem todas as águas da vertente oeste da Serra do Caramulo, desde as do Alfusqueiro, a norte, até às do Cértima, que nasce a sul nas montanhas mais baixas que unem o Caramulo ao Buçaco.
O Rio Águeda desagua no Rio Vouga, já em pleno Baixo Vouga, em Eirol, a apenas 6m de altitude. O Vouga, esse, vem de mais longe. Nasce na Serra da Lapa, onde a sua bacia hidrográfica começa a tomar forma, bem perto no Douro e do Mondego, e vai abrindo caminho entre as serras do Caramulo e da Freita.
O estado ecológico do Rio Águeda e dos seus principais afluentes serranos não é favorável, não pela poluição mas pelo mau estado de conservação da flora, associado ao cultivo excessivo do eucalipto, a difusão de espécies vegetais invasoras e a consequente desaparição da fauna. Por sua vez o Cértima, atravessando áreas densamente povoadas, também não se encontra em bom estado ecológico, aqui devido à poluição, assim alimentando as águas da Pateira de Fermentelos, pouco antes de desaguar no Águeda.



