As jornadas de Verão iniciaram-se a 29 de Junho com uma jornada nas parcelas da Ribeira do Tojo plantadas este ano. O foco esteve nas próprias árvores, com remoção de plantas concorrentes e a melhoria das condições de retenção da água na vizinhança de cada árvore. Isto era útil, não apenas para o aproveitamento da chuva que ainda pudesse cair, mas também da água de rega. Outra operação centrada nas árvores foi a remoção de rebentações inadequadas para a formação das árvores.
Muitas mimosas, a maior parte de origem seminal, mas muitas também de rebentação do sistema radicular superficial das árvores cortadas observavam-se já. Mas de momento o principal esforço de redução da vegetação concorrente foi, para além do já referido, o corte de silvado, que cresce rapidamente nestas terras férteis e frescas.
Ainda houve tempo para cortar algumas mimosas numa área vizinha mais antiga. Como é uma área acessível e pouco declivosa, fez-se corte simples, na expectativa de que futura rebentação possa ser cortada com moto-roçadora.





O dia tinha sido fresco e húmido, com a jornada a deixar muitos pés molhados. Talvez uma despedida tardia da Primavera…
Uma jornada prevista para 20 de Julho não se realizou. O Verão tinha sido fresco até ao momento, mas na semana seguinte apresentou-se a sério…
A 3 de Agosto realizou-se uma jornada essencialmente dedicada à rega das árvores plantadas este ano. Começou-se na Ribeira do Tojo, onde as árvores se mostravam em boas condições. As exóticas já tinham também avançado e fez-se também uma primeira intervenção de controlo, sobretudo na rebentação das toiças.
À tarde regou-se na encosta em frente ao Moinho Novo, em Belazaima (junto ao Vale da Estrela). Esta pequena parcela tem uma “história” semelhante à da Ribeira do Tojo: estava ocupada por grandes mimosas e eucaliptos, que foram cortados e retirados no princípio do Inverno sem aplicação de qualquer medida de controlo da rebentação (herbicida). Como consequência, aqui, mais até do que na Ribeira do Tojo, talvez devido à exposição, a vegetação exótica já tinha crescido vigorosamente. Por isso, e como sobrou algum tempo, se fez aqui um trabalho importante de corte e arranque de plantas de mimosa e eucalipto.




A 31 de Agosto celebrava-se o 18º aniversário do arranque do projecto (acontecido a 1 de Setembro de 2006). A jornada “festiva” realizou-se no Vale de São Francisco e o trabalho foi de corte e arrumação das mimosas secas descascadas no ano anterior e corte de silvado no acesso e em torno das árvores existentes na encosta junto ao vale. Não foram trabalhos fáceis, devido ao declive das encostas, mas com o bolo caseiro de aniversário, as energias estavam em alta e o volume de trabalho realizado foi expressivo.








No dia 14 de Setembro o Verão entrava na sua última semana, mas, não só se mantinha seco desde Julho como prometia ainda alguns dias escaldantes para a semana seguinte. Por isso, não obstante com uma equipa reduzida, se decidiu fazer mais uma rega das árvores plantadas este ano, na Ribeira do Tojo e no Vale da Estrela. Foi também a oportunidade para constatar que as exóticas, sobretudo mimosas, tendo crescido ao longo do Verão, se encontravam agora com o tamanho ideal para serem arrancadas, um trabalho bastante mão-de-obra intensivo, já que a densidade de plantas é muito elevada. Por isso, desde logo se lançou um apelo à participação na primeira jornada de Outono, a 28 de Setembro.





Entretanto, no dia em que estas linhas são escritas, 16 de Setembro, o dia não foi o mais quente do Verão mas é o mais cinzento, não de nuvens mas de fumo. Com uma situação meteorológica quase idêntica à de 17 para 18 de Setembro de 2005, o traiçoeiro vento de leste levantou-se pela calada da noite, e, apenas numa hora, entre a 1 e as 2 da madrugada de hoje, a temperatura aumentou mais de 12ºC (de quase 13 para 25) e a humidade relativa caiu de 91 para 21%. São os quatro ingredientes da tragédia (noite, vento de leste, temperatura elevada e humidade relativa baixa), que, contudo, necessitam de um quinto para se manifestarem: a mão humana. Foi assim de 17 para 18 de Setembro de 2005 em Águeda, Mortágua e Anadia, e assim foi de 15 para 16 em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha. A mão humana, entenda-se não apenas no atear do fogo, mas na criação de todas as outras condições que o tornam, ao fogo, tão destrutivo.

Mas, é claro, não podem ser estes eventos, e o risco de acontecerem de novo no futuro, que nos consigam fazer desanimar, pois de contrário nem teríamos começado, exactamente entre as cinzas de um grande incêndio. Por isso aqui renovamos o apelo à participação nas jornadas voluntárias, em particular na próxima, a primeira de Outono.

