Com têm sido as jornadas de Primavera e o que vem a seguir

As jornadas de Primavera iniciaram-se no dia 6 de Abril com apenas dois voluntários presentes. O objectivo principal era plantar uma pequena área (c. de 700 m2), na margem norte do ribeiro na zona da Ribeira do Tojo. Esta área encontra-se mesmo em frente a outra maior, na margem sul, também recentemente plantada. As duas constituíam uma interrupção do corredor ecológico ribeirinho que aqui foi criado a partir de 2009, e que assim se torna contínuo. Como só uns dias antes tinha sido possível chegar a acordo com o proprietário desta parcela norte, e apesar de já estarmos no limite, ou para lá dele, da época de plantação, decidiu-se fazê-lo.

Oxalá a Primavera seja benigna e ajude à sobrevivência destas árvores. Como estamos perto do ribeiro e este ano há bastante água, a possibilidade de uma rega fica em aberto.

A parcela a norte do ribeiro, a plantar
As árvores
A plantação
A “fronteira” suprimida com a área mais antiga

Depois da plantação ainda houve tempo para recuperação de árvores danificadas, corte de silvado e arrumação de ramos de árvores caídas. A área agora plantada tinha mimosas bem grandes e a sua remoção deixou muitos restos espalhados. Mas o grosso desta arrumação iria ficar para uma jornada seguinte.

Arrumação de ramadas, corte de silvado, etc
O ribeiro, entre as duas áreas novas
Apenas dois voluntários presentes.

A jornada seguinte em agenda não se chegou a realizar, por escassez de voluntários disponíveis. Mas realizou-se uma especial uma semana depois, a 27, com a participação de um grupo de jovens escuteiros de Oiã e seus chefes. Depois de um Abril até aí quente e seco (mas ainda com alguma chuva após a plantação de 6/04!), a chuva tinha voltado e a manhã desse Sábado mostrou-se persistentemente chuvosa. Foi só com a chegada do grupo ao Feridouro que o tempo, quase de repente, melhorou!

Como havia lenha a precisar de ser arrumada na Ribeira do Tojo, o grupo dirigiu-se para lá, mas teve que ser a pé, pois não havia transporte sobre rodas para todos. São c. de 2 km, nada de especial para um escuteiro, mesmo jovem.

Carqueja em flor, no coração da Primavera
Foi preciso caminhar 2 km para chegar ao local dos trabalhos

Na ribeira do Tojo dedicou-se o resto da manhã à arrumação da lenha, em ambas as margens do ribeiro. Também foram colocadas estacas de bambu junto às árvores plantadas, para que não se percam tão facilmente entre a vegetação espontânea que seguramente se desenvolverá.

A arrumação dos restos de lenha espalhada foi um dos principais trabalhos. Aqui, a norte do ribeiro.
Aqui, na margem sul do ribeiro
Interessantes fungos num ramo em decomposição
Improvisou-se uma ponte para circular entre as duas margens
Esta jovem planta de gilbardeira, na parcela da margem sul, é simbólica do processo de recuperação de uma zona que ficou praticamente desprovida de vegetação
Os trabalhos continuam com a velha ruína de um moinho em 2º plano
Estacas de bambu colocadas para sinalizar as árvores recentemente plantadas

Depois do almoço fez-se uma caminhada pela Estação da Biodiversidade, com paragens em vários placards para falar sobre os respectivos temas.

O carvalhal, na zona da Ribeira do Tojo
Ainda houve tempo para cortar mimosas!
O grupo da jornada

À tarde ainda houve tempo para começar a remover uma grande mimosa caída ao ribeiro e para cortar uma mancha de mimosas pequenas já na encosta adjacente de intervenção mais antiga.

Tinha sido um dia muito activo e didactico, e o tempo meteorológico ajudou!

No dia 4 de Maio estávamos ainda num período chuvoso e frio, que caracterizou o princípio de Maio, e decidiu-se adiar a jornada de 4 para 11. A semana já tinha sido quente, mas no Sábado esteve um dia fresco, excepcional para uma jornada. Só foi pena não podermos contar com uma equipa maior: eram apenas 3 voluntários! Por outro lado, sendo poucos, concentraram-se melhor e o dia decorreu intensamente. Como a jornada estava integrada na semana ibérica dedicada às invasoras (SEI 2024), o alvo foram as mimosas que ainda abundam na zona da Ribeira do Tojo. Os trabalhos iniciaram-se nas áreas recentemente plantadas, de onde realmente grandes mimosas tinham sido recentemente removidas. No entanto tinham ficado aqui ali pequenas plantas, sobretudo ao longo do caminho adjacente, que precisavam de ser cortadas. Também se aproveitou para dar alguns cuidados às árvores plantadas em Março na margem sul, e colocar estacas de bambu nas que ainda não a tinham. Claro que se espera nestas áreas novas um ressurgimento de mimosas, quer de rebentação quer de germinação, que terá de ser devidamente acompanhado, mas isso será lá mais para o Verão.

Depois das áreas novas passou-se à antiga, a jusante. Aqui, o carvalhal, que começou a ser recuperado em 2010, após um ano de remoção de mimosas, desde 2009, está já muito interessante, não apenas nas antigas várzeas agrícolas da margem norte, mas também nas encostas e socalcos da margem sul. No entanto, apesar do ensombramento, o silvado ainda pode tornar o terreno impenetrável e as mimosas continuam sub-repticiamente a tentar implantar-se. Como crescem vertiginosamente, às vezes pode mesmo encontrar-se uma ou outra bem grande. Deste modo os trabalhos dividiram-se entre corte de silvado com moto-roçadora e corte ou descasque de mimosas. Por outro lado, as que foram sendo descascadas ao longo dos últimos anos, secaram, e, com o tempo, acabam por cair, ás vezes causando algum dano nas autóctones. Por isso também se realizou trabalho de desmontagem de mimosas secas tombadas e de outras ainda por tombar, para que não o façam descontroladamente.

Os trabalhos iniciaram-se na área de intervenção mais recente
Os trabalhos decorreram depois na área mais antiga. Mas aqui era necessário cortar o silvado para chegar às mimosas
Agora sim, o trabalho nas mimosas pode avançar
Trabalho nas mimosas em curso
Uma boa arrumação dos materiais lenhosos, recentes e antigos, facilita trabalhos futuros
Mimosa seca, já tombada sobre outras árvores. Algumas destas situações foram resolvidas
Descasque de uma grande mimosa que tinha ficado desatendida, no meio do carvalhal
Dois dos três voluntários da jornada (os outros dois apareceram apenas para a foto!)

Foi um dia muito intenso que se prolongou até tarde.

E assim nos aproximamos de um momento alto do ano voluntário: a jornada de visita à área de intervenção. No ano passado a paisagem estava invulgarmente seca em Maio e a vegetação do monte, normalmente vibrante e colorida nesta altura do ano, já se encontrava seca. Mas este ano tudo aponta para que seja diferente. Não obstante as semanas secas de Abril, as chuvas de Maio deverão fazer a diferença. Vamos descobrir? É já no próximo Sábado, 18 de Maio, e o programa não deverá ser diferente do habitual:

9:15h: ponto de encontro no parque de merendas do Moinho de Vento (Belazaima)

9:30h: ponto de encontro na capela do Feridouro e início da caminhada.

Manhã: Percurso subindo o Cabeço Santo pelas Bicas de Aguadalte e a Costa da Malhada, continuando pelas áreas rupícolas e de medronhal e as cabeceiras dos principais vales, para depois se descer à zona ribeirinha e percorrer parte da Estação da Biodiversidade. Seguir pelo Vale de Barrocas e o Chão do Linho, regressando ao Feridouro. O percurso tem c. de 7 km de extensão e desenvolve-se entre as cotas dos 145 e dos 390 m de altitude. Algumas passagens requerem alguma agilidade.

13:30h: chegada ao Feridouro e almoço junto à capela (cada um traz para si, e se quiser partilhar, está ok). Quem não ficar para o almoço, termina aqui a sua participação.

14:30h: fim da jornada

Até lá!

Deixe um comentário