Uma jornada no coração da Primavera

A segunda jornada de Primavera decorreu num dia fresco e luminoso, o que, depois de tantos dias de chuva que Abril nos trouxe, ainda mais vibrante o tornava. Um ambiente bem diferente daquele que, exactamente dois anos antes, sofria esta paisagem com o cataclismo do fogo.

De facto, a jornada decorreu mesmo na zona onde esse incêndio foi iniciado, no Vale de Barrocas, a montante do Feridouro. Doze voluntários, entre estreantes e experientes, propuseram-se realizar diferentes trabalhos: remover uma mancha de rebentos de eucalipto grandes (com quase dois anos), visitar as árvores e arbustos semeados e plantados, colocar uma estaca de bambu nas mais escondidas, retirar vegetação concorrente (dessas plantas), se existente, arrancar eucaliptos dispersos e cortar os últimos rebentos, remover rebentação secundária de árvores já com rebentação principal crescida… Com tantos trabalhos, os voluntários dividiram-se, por áreas e por ferramentas. Mas todos começaram na área envolvente ao vale poente, já que “Vale de Barrocas” realmente abrange três vales, um maior, a nascente, um central e outro a poente.

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Começando com uma apresentação…. (P)
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Acima do caminho principal, a mancha de eucaliptos a “resolver” (M)

Um grupo de quatro foi cortar a mancha de eucaliptos, pois, para além de cortar, o que se fez com uma moto-podadora, era necessário arrumar as ramadas e, em parte da área, colocar herbicida na superfície de corte para minimizar a rebentação. Foi um trabalho exigente e ruidoso – a podadora trabalhou quase sem descanso – que pelo final da manhã ainda não estava terminado.

Os restantes voluntários trabalharam abaixo do caminho principal, varrendo toda a encosta em busca de plantinhas e progredindo para nascente.

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Perspectiva da área a trabalhar (M)
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Cuidando de um carvalho de rebentação (P)
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Cortando e arrancando plantas de eucalipto (já poucas, felizmente) (M)
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Detalhe de carvalho (P)

O almoço foi no campo, com as rudimentares condições que é possível ter aqui, mas enriquecido por algumas bem pensadas contribuições de alguns voluntários. Depois dele fez-se uma pequena pausa para recuperação de forças.

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O almoço não será recordado pelo conforto… (M)
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…. mas foi seguido de um pequeno período de descanso (cada um encontrou o melhor sítio que pôde) (P)

À tarde os trabalhos da manhã continuaram. Do lado de cima do caminho principal a equipa dos eucaliptos deu o trabalho por terminado. Abaixo continuou-se a progredir no sentido do sol-nascente. Com a moto-podadora em repouso, outra máquina fez-se, contudo, ouvir nesse final de tarde: uma moto-roçadora, para cortar matagal numa zona já bem guarnecida de árvores.

Foi também um dia rico em observação de insectos, como alguns voluntários puderam comprovar, e demonstrar. No final, podia fazer-se um balanço muito positivo dos trabalhos. Obrigado a todos os voluntários (alguns vindos de bem longe) pelo entusiasmo e dedicação.

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Carvalho plantado este ano, assinalado com uma estaca de bambu (P)
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Foram variados os insectos observados (P)
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Não podia faltar a joaninha (M)
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Já quanto a esta, será mais difícil tratá-la pelo nome (P)
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Esta não foi observada neste dia mas ficou prometida!
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Pequeno carvalho acabado de cuidar (M)
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A equipa do dia, no final

Agora os trabalhos param durante algumas semanas. Primeiro, temos a jornada anual de visita à área de intervenção, no dia 11, e depois a Expo-florestal, no fim de semana seguinte. E aí temos Maio para usufruir. Logo no princípio de Junho, voltamos ao trabalho! Em breve, informação adicional sobre a jornada de visita.

Paulo Domingues

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