Para a jornada do 12º aniversário do Projecto Cabeço Santo começou-se, uns dias antes, a prever um dia excepcionalmente quente, tão quente que se se tratasse de uma jornada normal, seria cancelada ou adiada. Mas, como era uma jornada de aniversário, não podia ser cancelada nem adiada, pelo que a solução foi realizá-la! Com as convenientes adaptações, claro, que um voluntário não é um escravo, como bem puderam perceber os participantes desta jornada.

Todas as energias se aplicaram na manhã, o período mais fresco. Os 10 voluntários deslocaram-se até à área escarpada do corredor ribeirinho a montante do vale nº 5, dentro da Mata da Altri Florestal, para continuar os trabalhos de arranque de mimosas germinadas após o incêndio do ano passado. Mas não apenas isso: alguns voluntários, utilizando tesourões e tesouras de poda, fizeram selecção de rebentos de mimosa, para facilitar a sua posterior exclusão.




O cenário desta área não é nada animador, pela abundância de mimosas, não obstante o solo rochoso, e o trabalho é extremamente mão-de-obra intensivo. Constatou-se ainda que as mimosas já não se arrancavam tão bem como no final da Primavera, em parte devido à secura do solo… ou talvez também devido às forças diminuídas à medida que o sol subia no céu e a temperatura ia crescendo entre os 30 e os 40ºC. Sem dúvida que, em tal contexto, a chegada de uma laranja fresquinha soube a Paraíso! Depois disso, só a água ia aliviando as gargantas que rapidamente secavam… Ah! E a sombra das mimosas, que iam dando alguma coisa boa enquanto estavam por ali.




Esticou-se a manhã até quase ao limite das energias disponíveis, e já passava das 13 horas quando a equipa regressou à base da Quinta das Tílias para o almoço. Alguns voluntários ainda se deliciaram com um duche solar, antes de se deliciarem com o almoço e com a frescura do espaço interior. Mais uma vez a refeição foi uma gentileza da IPSS “Os Pioneiros”, que agradecemos. Como a jornada era de aniversário, houve, contudo, um complemento especial: um pudim, feito por duas voluntárias de cozinha, que foi muito, muito apreciado! De tal maneira que alguns voluntários pediam mais aniversários…


Pela hora do almoço a temperatura exterior atingia os 40ºC e aí se manteria por várias horas, pelo que voltar ao exterior não era opção. Assim, ofereceu-se aos voluntários uma “tarde de cinema”, com várias opções disponíveis. A selecção acabou por recair no excelente documentário “Cantábrico”, que deliciou os voluntários durante 100 minutos, embora alguns não tenham resistido ao cansaço. A odisseia de lobos, ursos, aves de hábitos curiosos e insectos com estratégias de sobrevivência extraordinárias, que sobrevivem nas montanhas do norte da nossa Ibéria, inspiraram os voluntários.

Já pelo fim da tarde, e com as temperaturas um pouco mais toleráveis, a equipa fez uma pequena caminhada pelas áreas de carvalhal da Ponte Nova, Pedreira e Valinho Turdo. Não foi como ir ao Cantábrico, mas foi um bom complemento, em plena natureza.









E assim, com um programa invulgar, se passou a jornada do 12º aniversário do projecto. Com o mesmo entusiasmo do primeiro dia!
Obrigado a todos os voluntários, e em especial à Liliana (L) pelas suas fotos.
Paulo Domingues